Independentes perfilam-se como candidatos do Livre/Tempo de Avançar

São José Lapa, José Reis, Elísio Estanque e José Aranda da Silva são alguns dos que estão disponíveis para serem eleitos como candidatos a deputados nas primárias do Livre/Tempo de Avançar.

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José Reis acredita que os países mais ricos começam a concluir que o caminho da austeridade está esgotado Raquel Esperança

“É um movimento diferente e inovador”, refere José Aranda da Silva, ex-presidente do Infarmed e candidato a deputado nas primárias Livre/Tempo de Avançar, com um dos motivos da sua candidatura.

A actriz São José Lapa, também candidata a deputada, considera que é fundamental a existência de um partido que evite o desaparecimento de alguns dos bens que foram conquistados no pós-25 de Abril.

O Livre/Tempo de Avançar abriu a possibilidade à recepção de candidaturas para eleição dos candidatos a deputado através de primárias a todos os cidadãos, permitindo escolher os candidatos às eleições legislativas deste ano. A recepção de candidaturas encontra-se aberta até 21 de Maio e conta já com mais de uma centena de nomes. O PÚBLICO foi ouvir os motivos de alguns dos candidatos a candidatos.

São José Lapa confessa que os seus 64 anos e a “vida profissional política” que teve anteriormente pesaram como motivos para se apresentar às primárias. Assume-se “contra as ditaduras”, numa alusão ao facto de acreditar que “é preciso intervir, caso contrário perdem-se todos os bens que se conquistaram depois da ditadura": "Estamos a voltar ao mesmo e deve-se às medidas deste Governo."

Posição semelhante tem José Reis, antigo secretário de Estado do Ensino Superior e director da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que se candidata também às primárias do Livre/Tempo de Avançar. “Há uma grande urgência em fazer mudanças no país e este partido tem condições para se afirmar como uma alternativa política", afirma. Revela existirem condições para um entendimento entre a esquerda, nomeadamente com a criação de “um programa claro” que salve o país. “Portugal não aguentará mais desigualdades económicas e sociais”, garante José Reis.

O sociólogo da Universidade de Coimbra Elísio Estanque, outro dos candidatos a deputado, afirma ser tempo de “dar um impulso” para uma mudança de atitude na política. Acredita que o Livre/Tempo de Avançar “apresenta soluções diferentes” para a sociedade e que “é sempre possível” alcançar entendimentos à esquerda, mas que uma negociação seria feita “depois dos resultados para permitir uma definição dos pontos chaves de cada parte”. E o sociologo refere: “O facto de haver primárias para eleição dos deputados é extremamente positivo."

José Aranda da Silva acredita que o Livre/Tempo de Avançar “pode beneficiar da conjectura social e do descontentamento dos portugueses” nas eleições legislativas e assim alcançar “um número considerável” de deputados eleitos. Tem a convicção de que pode ser eleito, caso contrário nem se candidatava, opinião partilhada pelos restantes candidatos. José Reis defende que “mais que acreditar na candidatura, é preciso acreditar que esta é uma forma de exprimir opiniões e alternativas”, justificando que o que o move não é o facto de poder ser eleito, mas sim estar envolvido e poder debater as suas ideias para uma “sociedade mais justa e equilibrada”.

Texto editado por São José Almeida

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