Raide americano na Síria para matar dirigente do Estado Islâmico

Obama ordenou operação terrestre para eliminar "o ministro do petróleo" do grupo radical.

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Os soldados americanos entraram na Síria a partir do Iraque SAFIN HAMED/AFP

Um comando das foças especiais norte-americanas fez uma rara incursão terrestre na Síria e matou um alto responsável do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou este sábado o secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter.

Abu Sayyaf, tido como "o ministro do petróleo" do EI, estava envolvido no planeamento das operações militares do grupo, bem como das questões ligadas ao petróleo, gás e ao financiamento. A sua mulher foi capturada e levada para o Iraque, onde está à guarda dos soldados norte-americanos, confirmou a Casa Branca. Esta incursão na Síria teve que receber luz verde prévia do Presidente Barack Obama.

Segundo os media sírios, pelo menos 40 combatentes do EI terão sido mortos nesta operação. Do lado americano, o Pentágono fez saber que ninguém morreu ou ficou ferido e a Casa Branca sublinhou que não houve qualquer tipo de coordenação com o regime de Assad, e que este não foi avisado previamente do raide em Al-Amr, no Leste da Síria.

Às portas de Palmira, a antiga cidade património da Humanidade que está prestes a cair nas mãos do EI, os radicais jihadistas executaram dezenas de civis em 48 horas, segundo informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Na sexta-feira, os jihadistas executaram 23 civis, incluindo nove crianças, perto de antigas casas de oficiais do exército a nordeste de Palmira. No dia anterior já tinham morto outros 26 civis “por colaboração com o regime”, referiu o observatório.

À volta da cidade, os combates entre os homens do EI e os soldados do regime intensificaram-se neste sábado. Os reforços enviados pelo Presidente Bashar al-Assad não parecem ter sido suficientes para travar a ofensiva dos jihadistas.

A conquista de Palmira – cujas históricas ruínas não serão certamente poupadas pelo EI – tem uma importância estratégica para os radicais sunitas, porque abre uma via para o grande deserto sírio, que cola com a província iraquiana de Al-Anbar. Esta está, em grande parte, controlada pelos jihadistas que já chegaram à sua capital, Ramadi. Foi para aqui que o Governo iraquiano enviou reforços numa última tentativa de travar a queda desta importante cidade.

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