Rui Veloso recorda B. B. King em Portugal: “Essa ninguém me tira”

Músico português tocou várias vezes com o rei dos blues.

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Concerto de B. B. King no Coliseu de Lisboa em 1996

Foram dois concertos históricos, que há 25 anos, em Março de 1990, esgotaram o Coliseu do Porto num domingo à noite e na segunda-feira seguinte, façanha então “absolutamente inédita”, garante Rui Veloso, que recorda como se fosse hoje esse momento em que subiu ao palco para tocar com B. B. King: “Estava aterrorizado, tinha vómitos, bebi para aí seis whiskies antes de entrar”. Mas acabou por correr bem, reconhece. “Pelo menos, a malta diz que me safei, e a verdade é que voltei a tocar com ele em 1996, e depois em 1998, na Expo, por isso ele devia ter confiança mim”.

Mas antes de ter partilhado o palco com B. B. King – e fê-lo seis vezes –, “já tinha tocado muitas vezes com ele”, diz o músico. “Punha os seus discos dele e acompanhava-os à guitarra”, explica. “Sou um autodidacta e ele foi importantíssimo na minha formação musical, era um mestre, as músicas dele ouvem-se 20 e 30 vezes e nunca cansam, aquilo não tem explicação”.

O autor de Ar de Rock (1980), que nesse ano de 1990 lançaria o duplo álbum Mingos & os Samurais, conta que foi o seu sócio, Vítor Miguéis, que contactou B. B. King. “Pediram-nos que mandássemos discos, para verem se tinha categoria e responderam que, sim senhor, eu seria convidado de B. B. King”. Depois, resume, foi “atirado às feras, sem ensaiar, sem nada”. Mas valeu a pena: “Essa ninguém me tira!”

Em 1990, a preceder os concertos no Porto, B. B. King actuou duas vezes no Casino do Estoril, também com Rui Veloso, e depois disso tocou com alguma frequência em Portugal, onde esteve pela primeira vez ainda antes do 25 de Abril, em 1973, para participar num edição do Festival de Jazz de Cascais, cujo cartaz contou ainda com nomes como Duke Ellington ou Sarah Vaughan.

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