Cavaco apela a esforços para que jovens regressem “agora” ao país

O Chefe de Estado fez questão ainda de sublinhar a sua “independência perante as controvérsias que marcam o quotidiano da luta política”.

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Cavaco Silva ENRIC VIVES RUBIO

“Como dizia Florbela Espanca, as palavras são como as cantigas: leva-as o vento”. Foi esta citação que o Presidente da República usou, na "IV Conferência Internacional Portugal e os Jovens, Novos Rumos, Outra Esperança", para defender que os jovens precisam de “respostas concretas” e não de “meras palavras” para resolver os seus problemas. “Portugal não pode desperdiçar o imenso capital humano dos seus jovens”, disse o Chefe de Estado, defendendo que é necessário “fazer um esforço acrescido” para que regressem a Portugal.

“É essencial criarmos condições para atrair aqueles que, por diversos motivos, optaram por fixar-se no estrangeiro”, afirmou Cavaco Silva, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Para o Presidente da República, “é agora, em que os laços com o seu país ainda se mantêm vivos, que devemos fazer um esforço acrescido” para que regressem. Até porque, sublinhou, se nada for feito, “o país perderá duplamente: por um lado, perde o investimento feito na formação de uma geração de excelência; por outro lado, perde o contributo desses jovens para, com o seu talento e a sua iniciativa, ajudarem Portugal a regressar a uma trajectória sustentável de crescimento económico e de criação de emprego e riqueza”.

O Presidente da República sublinhou ainda que, apesar de ser a geração “mais qualificada” de sempre, é também aquela que enfrenta os “grandes desafios": “Os jovens do nosso tempo terão de lidar com a incerteza de uma forma que não conhecemos no passado. À incerteza e à insegurança quanto ao futuro alia-se a decisão sobre onde trabalhar e fazer frutificar o seu talento, em Portugal ou no estrangeiro”, afirmou.

No seu discurso, fez também questão de sublinhar a “independência” que o Presidente da República deve manter “perante as controvérsias que marcam o quotidiano da luta política, as quais têm um tempo e um lugar próprios em todas as democracias, mas que correm o risco de concentrar-se em aspectos acessórios ou efémeros da realidade, perdendo de vista uma abordagem serena e desapaixonada das questões que irão verdadeiramente condicionar as novas gerações e o futuro de Portugal”.

Na última conferência dos Roteiros do Futuro, Cavaco Silva mostrou-se ainda preocupado com “o actual estado de afastamento da juventude portuguesa em relação à vida colectiva do seu país”.

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