Real Madrid entre a crise e o apuramento

“Merengues” recebem no Santiago Bernabéu a Juventus para a segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões. Italianos venceram o primeiro jogo por 2-1.

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Marcelo, Pepe, Bale e Ronaldo, durante o treino de ontem JUAN MEDINA/REUTERS

Em uma semana, tudo ficou em causa no Real Madrid. A derrota em Turim, há uma semana, por 2-1 frente à Juventus dificultou a missão “merengue” na Liga dos Campeões, e o empate com o Valência quase que entregou o título de campeão espanhol em Barcelona. As más exibições de Gareth Bale a alguns equívocos tácticos de Carlo Ancelotti são algumas das críticas que se ouvem em Espanha, mas tudo será esquecido se o Real conseguir hoje no Santiago Bernabéu dar à volta nestas meias-finais frente à Juve e garantir presença na final de Berlim a 6 de Junho.

Até nem é uma tarefa demasiado difícil para Cristiano Ronaldo e companhia a que enfrenta hoje em casa. Uma vitória por 1-0 basta para os “blancos” continuarem a sonhar com a revalidação do título europeu e Ancelotti pede tranquilidade, muita tranquilidade, para contrariar o nervosismo que se tem gerado à volta da equipa. “Temos de estar tranquilos porque essa é a melhor maneira de estarmos concentrados e sermos pacientes. Para este jogo temos de ter a concentração e intensidade nos níveis máximos”, observa o técnico italiano, um especialista em conquistar a Liga dos Campeões – já ganhou quatro no AC Milan (duas como jogador e duas como treinador) e uma como técnico do Real.

Ancelotti sabe que a história não está do lado do Real no que diz respeito a nova conquista europeia, depois do triunfo na final de 2014 em Lisboa frente ao Atlético de Madrid. Desde que se introduziu o modelo de grupos na Liga dos Campeões em 1994-95, não houve ninguém que tivesse conquistado o troféu por dois anos consecutivos, e é preciso recuar até 1990 para encontrar a última equipa a vencer duas Champions seguidas – foi o AC Milan, onde jogava Ancelotti, a fazê-lo, com triunfos sobre o Steaua de Bucareste (1989) e o Benfica (1990). “Podemos entrar na história e só pensamos neste jogo. A estatística está contra nós, mas vamos tentar repetir a final”, diz o italiano.

Esta será a 18.ª vez que Real Madrid e Juventus se encontram nas competições europeias. O saldo dos confrontos anteriores (todos na Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus) é um empate, com um empate e oito vitórias para cada lado. Também há empate quando se fala apenas de eliminatórias, com três para cada lado, sendo que o Real venceu da única vez que se encontraram na final, com um golo de Pedrag Mijatovic a decidir a final da Champions em 1998 no Arena de Amesterdão. A Juve sabe, no entanto, o que é ganhar no Bernabéu, onde já conquistou dois triunfos, em 1962 e 2008.

Para a Juventus, que já tem garantido mais um título da Série A italiana, esta será a oportunidade para regressar à final da maior competição europeia de clubes, algo que já não consegue desde 2003, em que perdeu, precisamente, para o Milan de Ancelotti. “Em termos de motivação, estes são os jogos que se preparam sozinhos. Temos de estar serenos, isso ajuda-nos a jogar melhor. Temos de ser corajosos. Estamos a 90 minutos da final e acreditamos que podemos lá estar. É uma grande oportunidade para nós”, observa Massimo Allegri, técnico da formação italiana.

Nesta visita a Madrid, a Juventus já poderá contar com o “reforço” Paul Pogba, o médio francês que falhara por lesão o jogo de Turim. Allegri confirma a utilização de Pogba e destaca a sua importância no jogo da equipa de Turim, ele que é um dos jogadores mais cobiçados da actualidade: “Ele sente-se bem e é muito provável que jogue desde o primeiro minuto. É um jogador extraordinário, muito importante e vai provar o seu valor e maturidade.”

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