Morreu a artista interdisciplinar Rachel Rosenthal

Nascida em França, a viver nos Estados Unidos há muito, era conhecida pelas peças onde combinava teatro, dança, música e artes visuais. Tinha 88 anos.

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Trabalhou como directora artística e performer do Instant Theater, marcado pelo teatro experimental e pela improvisação. dr

A artista interdisciplinar americana Rachel Rosenthal, particularmente activa na cena artística da Califórnia entre os anos 1986 e 1980, morreu aos 88 anos, soube-se esta terça-feira através da publicação Artforum.

Ficou conhecida essencialmente pelas suas peças artísticas performativas, que combinavam teatro, dança, música e as artes visuais. Depois de ter vivido em Nova Iorque, onde privou com nomes essenciais das artes como Robert Rauschenberg e Jasper Johns, da dança como Merce Cunningham ou da música como John Cage, mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou como directora artística e performer do Instant Theater, marcado pelo teatro experimental e pela improvisação.

Nos anos 1980 abriu o espaço DbD, dedicado às artes performativas e mais tarde fundou a Rachel Rosenthal Company, companhia educacional sem fins lucrativos, com a qual viajou pelos Estados Unidos e pelo mundo.

As suas peças foram apresentadas na Documenta 8, no ICA de Londres, no Whitney Museum de Nova Iorque ou no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles.

Rosenthal nasceu a 9 de Novembro de 1926, em Paris, começando aos 6 anos a aprender dança clássica. Durante a II Guerra Mundial, a sua família saiu de França, para o Rio de Janeiro, tendo estado temporariamente em Portugal. Uma viagem que inspiraria a peça My Brazil.

Em 1941 a família assentou em Nova Iorque onde viria a estudar música, arte, teatro e dança, vindo a dançar na companhia de Merce Cunningham. Em 1955 mudou-se para a Califórnia, envolvendo-se na cena artística local, e transformando-se numa das artistas da primeira geração dos movimentos feministas, que nos EUA e Europa tentaram desenvolver a escrita e arte feminista.

A meio dos anos 1970 já tinha escrito, criado, dirigido e actuado em mais de 30 performances nos EUA e Europa, começando a leccionar também em 1979. Em 1984 apresentou The Others, uma das suas peças mais emblemáticas, que integrava 42 animais em palco.  

Nos anos mais recentes manteve-se como directora da Rachel Rosenthal Company, que formou em 1989. O repertório da companhia focava-se em temas como a destruição ambiental, justiça social ou direitos dos animais, apostando em formas híbridas que combinavam voz, texto, movimento, música, projecções vídeo e teatro.

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