Consumo de electricidade caiu em Abril

O consumo de electricidade inverteu a tendência de crescimento do primeiro trimestre, recuando 2,6% em Abril, indicam dados da REN.

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Mecanismo de atribuição da tarifa social está a ser reformulado Adriano Miranda

As estatísticas mensais da REN, a empresa que gere as redes de transporte de energia, indicam que, em Abril, o consumo de energia eléctrica inverteu a tendência de crescimento do primeiro trimestre, registando uma quebra homóloga de 2,6% (para 3725 GWh), ou de 2,4% se corrigidos factores como os efeitos de temperatura e número de dias úteis.

Já no período entre Janeiro e Abril, o consumo subiu 0,6% (para 16.828 GWh) mas, com a correcção de temperaturas e números de dias úteis, a evolução é negativa e regista-se uma queda de 0,5%, revelam as estatísticas da REN.

Em Abril, o conjunto da produção renovável abasteceu 48% do consumo e a produção de fontes não renováveis abasteceu 45%. Registou-se ainda um saldo importador correspondente a 7% do consumo, indicam as estatísticas da gestora de redes.

Para os primeiros quatro meses do ano, a informação demonstra que 58% do consumo foi abastecido por fontes renováveis, das quais as hidráulicas representaram 25%, as eólicas 27%, a biomassa 5% e as fotovoltaicas 1%. Nas fontes não renováveis o carvão abasteceu 24% do consumo e o gás natural 14%. Segundo a REN, no mesmo período do ano passado as renováveis tinham assegurado 79% do consumo, mas este está a ser um ano considerado seco e as condições de produção eólica também estão aquém dos valores médios.  

Considerando ainda o período de Janeiro a Abril, o saldo de trocas com o estrangeiro foi ligeiramente importador, representando 3% do consumo.

No que se refere ao gás natural, confirmou-se em Abril a tendência de recuperação dos consumos, com um crescimento homólogo de 30%. Este é o resultado de uma maior utilização das centrais eléctricas a gás. A REN indica que no final de Abril o consumo de gás natural cresceu 12,4%, registando-se subidas quer no segmento convencional (3,5%), como nas centrais eléctricas (342%).

Mercado livre já representa 86% do consumo
O número de clientes do mercado livre de electricidade chegou aos 3,908 milhões em Março, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Face a Fevereiro, em termos líquidos (ou seja, expurgando os quase 11 mil contratos cancelados sem que tenham sido assinados novos) contabilizavam-se 88 mil novos consumidores no mercado liberalizado, o que traduz um aumento mensal de 2,3%. Na comparação com Março do ano passado, o número de clientes aumentou 48%.

Entre os consumidores que passaram para o regime de mercado em Março, houve 37.594 mudanças de carteira entre comercializadores precisa a ERSE. Neste período havia um total de 14 comercializadores de electricidade em regime de mercado, mais quatro que os existentes no período homólogo do ano passado e mais três face a Dezembro.

A EDP mantinha a posição como principal operador em número de clientes e consumos (85% e 45%, respectivamente), embora com ligeiros decréscimos face a Fevereiro. A Galp aumentou a sua quota de clientes no período em 0,2 pontos para 6%, assim como a Goldenergy, que também subiu 0,2 pontos, para 1,4%. Outros comercializadores como a Endesa (4,5%), Iberdrola (1,8%), GN Fenosa (1,1%) e a YLce (0,1%) mantiveram as suas posições de mercado em Março.

Na análise por consumos, tal como a EDP Comercial, também a Endesa (18,6%), Iberdrola (16,5%) e Fortia (3,5%) reduziram as suas quotas em um ponto percentual. A Galp, que tem 8,3% do mercado, e a Audax, que tem 1,8%, aumentaram as suas quotas em 1,2 e 0,1 pontos, respectivamente. A Gas Fenosa manteve-se nos 4,8%.

O consumo global do mês de Março foi de 4171 GWh (representando 86% do consumo total em Portugal), menos 1,3% do que no mês anterior. O consumo médio diário aumentou 0,5% face a Março do ano passado, mas caiu cerca de 11% relativamente a Fevereiro.

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