Dez homens condenados a prisão perpétua por ataque contra Malala

Jovem activista distinguida no ano passado com o Nobel da Paz foi baleada no pescoço e na cabeça pelos taliban paquistaneses.

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Malala Yousafzai foi distinguida com o Nobel da Paz e o Prémio Sakharov AFP

Um tribunal paquistanês condenou dez homens a prisão perpétua pela tentativa de homicídio da jovem activista Malala Yousafzai, em 2012.

Malala, distinguida com o Prémio Nobel da Paz em 2014, foi baleada no pescoço e na cabeça quando regressava da escola, em Mingora (na região do vale de Swat).

Os dez homens condenados nesta quinta-feira foram detidos em Setembro do ano passado, suspeitos de terem estado envolvidos na tentativa de homicídio de Malala, num ataque que foi reivindicado pelos taliban paquistaneses.

O activismo de Malala pela defesa do direito das crianças à educação, principalmente das raparigas, começou aos 11 anos. Foi convidada pela BBC urdu para escrever num blogue e contar a o dia-a-dia em Swat, sob forte controlo taliban desde 2007. O seu nome começou a ser associado à resistência contra os extremistas e acabou por ser alvo de um ataque em 2012.

Desde esse ataque, que deixou Malala gravemente ferida, obrigando ao seu internamento num hospital britânico para ser submetida a uma delicada cirurgia à cabeça, a jovem paquistanesa tornou-se um símbolo de coragem e resistência.

Foi distinguida com o Prémio Nobel da Paz em 2014 e, em 2013, foi escolhida para receber o Prémio Sakharov da União Europeia. "O Parlamento Europeu saúda a força incrível desta jovem mulher", declarou na altura o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

Malala voltou a surpreender quando, em Julho de 2013, fez um discurso na assembleia-geral das Nações Unidas, no dia em que cumpria o seu 16.º aniversário, no qual afirmou que os taliban não a vão fazer cair no silêncio. "Não estou aqui para falar de vingança pessoal contra os taliban, [...] estou aqui para defender o direito à educação para todas as crianças", disse. "Um aluno, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A educação é a única solução. Educação primeiro."

Desde que recuperou dos ferimentos tem sido convidada pelas principais organizações mundiais de defesa dos direitos humanos para participar em conferências e foi recebida por altas individualidades, como o Presidente norte-americano, Barack Obama, ou a rainha Isabel II.

Após ter tido alta hospitalar no Reino Unido, os pais de Malala ainda pensaram regressar ao Paquistão, mas o risco para a segurança da jovem de novos ataques extremistas levaram a família a reconsiderar. Actualmente, vivem na cidade inglesa de Birmingham. O pai conseguiu um cargo na área da educação no consulado paquistanês.

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