António Costa promete alternativa rigorosa e realista

Secretário-geral do PS afirma “realismo” das suas propostas económicas e defende que o voto volta a ser a arma do povo como há 40 anos.

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António Costa Miguel Nogueira

Na lógica de que o político de confiança é aquele a quem compraríamos um carro usado, António Gosta aposta agora na garantia de que as medidas económicas propostas esta semana pelo PS são sustentáveis e promete uma gestão “rigorosa, realista e não conformada”.

“Os portugueses conhecem-nos, sabem bem que o PS é o partido do realismo”, afirmou o secretário-geral no´jantar de aniversário do PS, em Grândola, garantindo que a última coisa que quer "é fragilizar as finanças públicas” e que as propostas socialistas são “compromissos estudados, medidos no seu impacto económico e financeiro”.

O líder rosa tem noção de que os eleitores “sabem bem que não é possível aumentar a despesa sem aumentar a receita”, pelo que não se apresenta aos portugueses “só para dizer o que vamos baixar nos impostos e subir nas prestações sociais”.

No jantar que também é de celebração do 25 de Abril, que juntou cerca de 700 pessoas em Grândola, quinta-feira à noite, Costa procurou mostrar que a estratégia económica do PS é reflectida, que “foi por isso” que não assumiu compromissos “nestes últimos meses, sem ter concluído o estudo” que o partido pediu a um grupo de economistas “reputados e credíveis”.

Só agora, depois de saber “qual é a margem” de que dispõe, “quais sãs as condições de sustentabilidade financeira de uma mudança politica”, o líder socialista apresenta o seu projecto para o país, assente num “novo modelo de desenvolvimento a médio prazo”, e na “urgência de reanimar a economia”, estratégia dupla que irá permitir “romper com a austeridade e mantermo-nos no Euro”. 

O plano de emergência, o “choque de vitaminas” proposto por António Costa, para acudir ao “estado de fraqueza em que o país se encontra”, consiste no aumento, “com urgência”, do rendimento disponível, através da “aceleração” da devolução dos salários aos funcionários públicos e do corte da sobretaxa sobre o IRS, da criação de um complemento ao salário, e da reposição dos “mínimos sociais que o Governo cortou” no abono de família, no rendimento social de inserção e no complemento solidário para idosos.

“No curto prazo, o crescimento da economia e o seu relançamento passa por um aumento do rendimento disponível das famílias, de forma a que estas possam contribuir para o aumento da procura interna, desafogar a aflição das pequenas e médias empresas e aumentar a confiança do investimento, para que não continuemos a destruir empresas e riqueza e consigamos reverter este ciclo”, disse.

Um objectivo prévio e necessário à “agenda estratégica” de médio prazo, que consiste num novo modelo de desenvolvimento económico, assente na educação e inovação.

O modelo proposto pelo PS passa por “colocar de novo a educação no centro das políticas públicas”, com investimento na formação profissional, na ciência e na cultura, na modernização tecnológica do país e das empresas” assim como na “modernização da rede eléctrica nacional”.

Sobre a sustentabilidade da Segurança Social, Costa acusou o Governo de provocar o desequilíbrio do sistema através da política de austeridade. “Só em perda de postos de trabalho e por via da emigração, a Segurança Social perdeu nos últimos anos oito mil milhões de euros”, contabilizou.

O secretário-geral socialista aproveitou a circunstância de estar numa iniciativa de comemoração dos 41 anos da Revolução de Abril, e recordou as primeiras eleições livres, de 1976, em que acompanhou a avó à mesa eleitoral, para sublinhar a importância do voto nas próximas legislativas.

“O voto é de novo a arma do povo”, gritou António Costa, depois de afirmar que “se o Governo não muda, têm de ser os portugueses a mudar de governo para mudar de política”.

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