Estado queria arrecadar 3,5 milhões com venda de imóveis mas ficou-se por 149 mil

Dos 29 activos à venda, foi alienado apenas um apartamento e um armazém. Tesouro volta a tentar na próxima semana.

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Garagem militar da Ajuda é um dos imóveis que estará à venda na próxima semana Bruno Almeida

O Estado montou uma nova operação de venda de imóveis, mas voltou a fracassar, ficando as receitas geradas muito abaixo das expectativas. Nos leilões realizados na terça-feira, foram apenas vendidos dois activos por 149 mil euros, quando o objectivo era arrecadar 3,5 milhões.

Os resultados, divulgados no site da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), mostram que praticamente todas as hastas públicas ficaram desertas, à excepção das duas que deram lugar à compra de um apartamento no Porto por 65 mil euros (cinco mil euros acima do preço base de licitação) e de um armazém em Santarém por 84 mil euros (mil euros acima). Outro leilão, relativo a uma série de escritórios em Coimbra, acabou por não se realizar porque os activos, avaliados em 272 mil euros, foram retirados.

Os 149 mil euros arrecadados pelo Tesouro correspondem a apenas 4,3% das receitas que eram esperadas pelo Estado: um pouco mais de 3,5 milhões de euros. Um desfecho que não é inédito, já que todas estas operações de venda de imóveis têm tido resultados muito abaixo do esperado, fruto das condições impostas aos compradores.

Os imóveis são sempre adjudicados provisoriamente até que se efective o pagamento. E é neste ponto que os requisitos do Tesouro têm afastado potenciais interessados. Ou se paga a pronto a 30 dias ou a prestações, mas a taxa sobre o capital em dívida é elevada (7%) e o prazo máximo para o reembolso é de apenas 15 anos. Além disso, os investidores têm de comprovar que têm a sua situação regularizada junto do fisco e da Segurança Social. 

Nas últimas hastas públicas realizadas pela DGTF, no final do ano passado, tinham sido colocados à venda 47 activos, prevendo-se arrecadar receitas de 11,7 milhões de euros, mas o Estado só conseguiu compradores para quatro imóveis, encaixando pouco mais de meio milhão de euros.

Apesar do insucesso desta estratégia, o Tesouro vai voltar a tentar a sorte já na próxima semana, estando agendadas para 30 de Abril seis hastas públicas para vender activos no valor de 8,4 milhões de euros. Nestes leilões, que vão realizar a partir das 15h no Ministério das Finanças, há imóveis com um valor muito elevado, nomeadamente a garagem militar da Ajuda, que a DGTF já tentou vender, sem sucesso, e que vai a licitação por um preço base de 3,6 milhões de euros.  

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