Machete espera “intervenção positiva” de Kerry no dossier das Lajes

Ministro dos Negócios Estrangeiros foi a Washington, onde se vai realizar a 16 de Junho, a segunda reunião da Comissão Bilateral.

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Rui Machete já manifestou disponibilidade para ir ao Parlamento MIGUEL MANSO

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, assumiu esta terça-feira em Washington, esperar uma "intervenção positiva" do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry, na discussão sobre a redução da presença norte-americana na base das Lajes. "John Kerry tem uma informação de carácter geral.

"Um secretário de Estado norte-americano tem, diremos, o mundo como área operacional de actividade. É normal que não conheça todos os pormenores, mas foi suficientemente sensibilizado para esperarmos que tenha uma intervenção positiva nesse sentido", disse Rui Machete à Lusa no final de um encontro na Casa Branca.<_o3a_p>

O ministro dos Negócios Estrangeiros avançou ainda que a próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos, onde será discutido o futuro da base militar açoriana, está agendada para 16 de Junho em Washington.<_o3a_p>

"Temos uma reunião, a 16 de Junho, que é a continuação das anteriores. Nessa altura, podemos ter oportunidade de dizer quão eficaz terá sido a intervenção do senhor secretário de Estado", disse Machete, sem avançar os argumentos que Portugal está a utilizar e que propostas estão sobre a mesa. "Numa negociação, não devemos antecipar os argumentos que vamos utilizar, não me parece a solução mais vantajosa para a defesa dos nossos interesses", disse. A última reunião da comissão bilateral teve lugar em 11 de Fevereiro, em Lisboa.<_o3a_p>

Para Rui Machete, John Kerry pode ser instrumental para as negociações. "Ele não é, operacionalmente, quem decide nesta matéria ou quem está nas negociações. [O que procuramos] foi sensibilizar o Departamento de Estado para a necessidade de que as negociações decorram de maneira a que os compromissos sejam cumpridos", concluiu o chefe da diplomacia portuguesa.<_o3a_p>

Durante a visita que realiza a Washington, até quarta-feira, Rui Machete tem ainda previstos encontros com membros do grupo que defende os interesses de Portugal na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, com o presidente da comissão de Forças Armadas do Senado, o republicano John McCain; com o presidente da subcomissão parlamentar para a Europa da comissão de Negócios Estrangeiros do Senado, o republicano Ron Johnson e com o senador democrata do Massachusetts Edward Markey.<_o3a_p>

O pano de fundo da reunião de Rui Machete com John Kerry foi a tomada de posição do governo português manifestada na quarta-feira com a chamada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do embaixador dos Estados Unidos em Lisboa para falar sobre a intenção norte-americana de dar início ao processo de redução de postos de trabalho na base açoriana das Lajes.<_o3a_p>

Segundo o ministério, na reunião com o embaixador norte-americano foi transmitida a posição do Governo português de que o processo iniciado com a notificação, que foi precedida de um inquérito geral a todos os trabalhadores sobre um eventual interesse na cessação de contractos por mútuo acordo, “não deverá prosseguir em termos efectivos até à reunião extraordinária da Comissão Bilateral Permanente que se realizará em Washington”.<_o3a_p>

A convocação de Robert Sherman ocorreu dois dias depois de os trabalhadores portugueses da base das Lajes, na ilha Terceira (Açores), terem sido oficialmente notificados da intenção dos Estados Unidos de reduzir o efectivo militar e civil naquela infra-estrutura.<_o3a_p>

A 8 de Janeiro deste ano, o então secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, anunciou a redução de 500 efectivos da base aérea portuguesa nas Lajes.<_o3a_p>

No mesmo dia, o embaixador norte-americano em Lisboa explicou que o objectivo é reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses de 900 para 400 pessoas ao longo deste ano e os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.<_o3a_p>

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