Empresa que desenvolve tecnologia para ler emoções recebe 3,6 milhões de Bruxelas

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Realeyes

Uma empresa britânica recebeu 3,6 milhões de euros da Comissão Europeia para desenvolver um projecto que pretende analisar as emoções das pessoas através das suas webcams ou smartphones para perceber se gostam do que estão a ver nos seus aparelhos.

A Realeyes, que está a trabalhar em conjunto com equipas de investigação do Imperial College London, da Universidade de Passau, na Alemanha, e da PlayGen, uma empresa britânica de jogos, pretende aprofundar formas de medição das emoções das pessoas, como explicou o seu CEO, Mihkel Jäätma, ao Wall Street Journal. “Esta é em absoluto uma nova fronteira”, observou o responsável, que considera que a Realeyes está a “elevar a medição emocional a outro nível”.

A empresa britânica, criada em 2007, tem actualmente uma base de dados com mais de cinco milhões de imagens de caras, cada uma com uma descrição que pode conter informação como se o movimento de uma sobrancelha indica surpresa ou confusão, por exemplo. Basicamente, qualquer movimento facial, através dos olhos, boca ou nariz pode avançar informações sobre o que uma determinada pessoa sente quando vê uma imagem, um vídeo.

A Realeyes tem como clientes empresas como a Phillips, Procter & Gamble e AOL, que utilizam a sua tecnologia para adaptar os conteúdos da sua publicidade em vídeo aos seus potenciais consumidores por geografia ou demografia. Sempre que as pessoas são expostas a vídeos publicitários online de clientes da empresa britânica são questionados sobre se permitem o uso da sua webcam. Segundo o CEO da Realeyes, indica o Wall Street Journal, cerca de 2% das pessoas aceitam participar.

Quando é dado o consentimento, a câmara é ligada e inicia-se a gravação de um vídeo de que é feito um upload para os Amazon Web Servers, que depois são trabalhados com base em algoritmos da Realeyes. Esse algoritmos permitem detectar automaticamente o sexo ou idade aproximada da pessoa.

Mihkel Jäätma explica ao jornal norte-americano que ao permitirem a gravação da sua visualização de um vídeo, as pessoas a ajudar a “criar melhores conteúdos no futuro”. A tecnologia criada pela empresa pode vir também a ser aplicada em dispositivos destinados à segurança rodoviária ou em detectores de mentira a usar pela polícia.

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