Câmara de Matosinhos fecha 2014 com poupança corrente de 11,2 milhões de euros

As escolhas da Câmara para este ano incidem sobretudo no plano de construção de dez praças.

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Autarquia quer orçamento "transparente e participado" Nelson Garrido

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, revelou nesta sexta-feira que a autarquia fechou o ano de 2014 com uma poupança corrente de 11,2 milhões de euros, lamentando, contudo, a redução das receitas.

Em conferência de imprensa para apresentação das contas do município referentes ao ano passado, que levará na terça-feira a reunião de Câmara, Guilherme Pinto considerou que “o resultado da gerência tem notas positivas e negativas”.

“Pela primeira vez temos um relatório em que a receita fica abaixo dos 100 milhões de euros”, apontou o autarca como aspecto negativo nas contas do município, considerando que os 96,1 milhões de euros somados este ano, contra os 107 milhões arrecadados em 2013, decorrem essencialmente “da baixa do IMT e da Derrama”.

Segundo Guilherme Pinto, esta diminuição verificou-se sobretudo nas receitas correntes, que se traduziram em menos sete milhões de euros do que em 2013 (79,6 milhões em 2014 contra 86,5 milhões de euros em 2013).

Como positivo, Guilherme Pinto classificou o facto de a Câmara ter uma “poupança corrente de 11,2 milhões de euros”, o faz com que tenha “uma bela situação financeira”.

O autarca destacando também os 49,5 milhões de euros de dívida efectiva registados em 2014, menos quatro milhões do que em 2013, que se traduzem na “dívida menor de sempre” da Câmara.

Este “balanço obriga a olhar para o futuro com algum cuidado”, disse Guilherme Pinto, para quem “a devolução da capacidade de endividamento” - 18,6 milhões de euros – vai permitir este ano “requalificar o casco urbano”.

As escolhas da Câmara para este ano incidem sobretudo no “plano de construção de dez praças, o que é inédito no país”, bem como na aposta em quatro equipamentos culturais, tendo em vista o título de Capital da Cultura do Eixo Atlântico em 2016.

“Aqui não há dinheiro a mais, há dinheiro contado para o que queremos fazer”, sublinhou.

Questionado sobre o que perspectiva para este ano em termos de receitas, Guilherme Pinto considerou que “não será muito diferente” de 2014 e criticou “a opacidade que existe” nas finanças, que “não permite perceber quanto da riqueza produzida em Matosinhos fica no concelho”.

Para o autarca, torna-se difícil ter mecanismos para controlar a receita e, por isso mesmo, seria preferível que a Derrama, por exemplo, “que é imbecil, fosse transformada numa participação do IVA”.

Sobre os projectos a realizar este ano, Guilherme Pinto destacou ainda que, no âmbito da revisão do Plano Director Municipal (PDM), vai chamar a população a participar no processo, já em Junho.

“O modelo [a utilizar] passa por dizer o que é essencial para nós e colocar perguntas [aos cidadãos] sobre questões concretas”, através da realização de um inquérito porta a porta, explicou.

A ideia é realizar algo semelhante ao que a autarquia fez no âmbito do orçamento participativo que promoveu.

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