Pedro Santana Lopes vê com pena retirada de Guterres da corrida presidencial

Ex-primeiro-ministro diz que, se fosse candidato, gostava de enfrentar o socialista.

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Santana Lopes

O antigo primeiro ministro Pedro Santana Lopes afirmou esta sexta-feira que é "com pena" que vê a retirada de António Guterres da corrida presidencial e considerou que o caminho para a direita não fica mais facilitado.

"Eu, no dia 19 de Julho de 2014, dei uma entrevista ao semanário Expresso em que disse que teria muito gosto em que o candidato da esquerda fosse o engenheiro António Guterres, que o achava mais estimulante e, por isso, neste momento, é com pena que o vejo retirado da corrida presidencial", disse Pedro Santana Lopes, em Pousos, concelho de Leiria, à margem de um jantar comemorativo dos 40 anos do PSD.

O ex-primeiro-miunistro socialista António Guterres afirmou hoje que "não é candidato a ser candidato" presidencial, em entrevista ao canal de televisão Euronews, em Bruxelas.

O antigo líder do PSD, que em Fevereiro remeteu uma eventual candidatura à Presidência da República para Outubro, disse não concordar com um ponto da declaração de Guterres. "Acho que há aí uma deficiência no modo como o engenheiro António Guterres vê a função da Presidência", assinalou, argumentando ver esta "exactamente da maneira contrária", pois "o Presidente da República tem que estar sempre próximo dos portugueses, principalmente dos mais pobres, neste ciclo que aí vem, dos mais desfavorecidos, empenhado na coesão territorial e na coesão social".

Questionado sobre se, para a direita, o caminho fica mais facilitado com a decisão hoje tornada pública, Pedro Santana Lopes respondeu negativamente. "Eu acho que não fica, eu acho que aquilo que é óbvio demais é sempre de desconfiar", comentou, garantindo: "Se eu pudesse ser candidato adoraria defrontar o engenheiro Guterres".

Pedro Santana Lopes referiu que António Guterres "é um pouco, com o devido respeito, como o doutor António Costa, está no Olimpo, ou seja, nesta fase só tem qualidades, como o doutor António Costa antes de assumir a liderança do PS".

Confrontado com declarações recentes de que iria tentar resguardar-se e não ir a eventos e se era uma coincidência o antigo líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa marcar presença em Beja enquanto ele está em Leiria, Santana Lopes respondeu: "Coincidência era estarmos os dois no mesmo sítio".

"Tenho estado a fazer uma média de uma vez por mês, que acho que é mais calmo, se aceitasse os convites todos, era todas as semanas", assegurou.

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