Atribuição de vistos gold volta a abrandar em Março

Foram investidos menos 10 milhões de euros e concedidas menos 16 autorizações de residência.

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O efeito é sentido sobretudo no Algarve

A atribuição de autorizações de residência por investimento (ARI), os chamados vistos gold, voltou a cair em Março, totalizando 87, menos 16 que os 103 concedidos em Fevereiro, e mais nove que os 78 registados em Janeiro.

O valor investido em Março, através da aquisição de imobiliário e em dinheiro transferido, caiu 10 milhões de euros face a Fevereiro, para 54 milhões de euros, revelam os dados divulgados esta terça-feira pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). O sector imobiliário continua a atrair grande parte do capital investido, totalizando 45 milhões no último mês.

Desde o início do programa, em finais de 2012, foram atribuídos 2290 ARI, dos quais 2166 foram atribuídos por investimento em imobiliário, que tem de ascender no mínimo a 500 mil euros por cada visto.

Os restantes nove milhões de euros registados em Março referem-se a transferência de capital, tendo sido atribuídos nove vistos gold, o que significa que foi transferido o mínimo exigido (um milhões de euros). Nesta modalidade, e desde o início do programa, já foram atribuídos 121 vistos. Por criação de emprego continua a não se verificar novas atribuições, permanecendo as três iniciais.

A atribuição de vistos gold está em queda desde o máximo de Outubro de 2014, mês que que foram concedidas 211 autorizações, que em Novembro desceu para 161, e para 86 autorizações em Dezembro.

Esta descida ocorreu após as detenções por suspeitas de corrupção na atribuição dos vistos, que levaram inclusive à demissão do ministro Miguel Macedo.

De acordo com os dados da CPCI, os cidadãos chineses continuam a representar 80% do total de investidores estrangeiros. Segue-se o Brasil (4%), a Rússia (3%), a África do Sul (2%) e o Líbano (2%), como os restantes países mais activos.

Em comunicado, a Confederação alerta para o peso do investimento estrangeiro no imobiliário nacional, salientando a importância de concretizar rapidamente as alterações legislativas e respectivos procedimentos ao programa, já aprovadas na generalidade no Parlamento.

As alterações ao programa vão permitir a inclusão, de forma expressa, da reabilitação urbana, das actividades de investigação ou de apoio à produção artística e cultural, e a majoração dos projectos realizados em territórios de baixa densidade populacional.

Para a CPCI, as alterações são fundamentais para que o programa possa, em 2015, continuar a atrair novos investidores para o país, intensificando e consolidando os resultados obtidos em 2014, ano durante o qual foi possível atingir um valor médio mensal de 77 milhões de euros em novos investimentos.

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