Direcção nacional da PSP e sindicatos reunidos de urgência

Propostas de alteração dos estatutos estão a gerar descontentamento entre os polícias.

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Os sindicados estão descontentes com as propostas apresentadas pela nova ministra, Anabela Rodrigues Miguel Madeira

A Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública chamou nesta sexta-feira de urgência os presidentes dos sindicatos de polícia para uma reunião, disse à agência Lusa uma fonte da PSP.

"A direcção nacional e os presidentes dos sindicatos de polícia estão reunidos hoje de manhã a pedido da direcção nacional", disse à Lusa o porta-voz da direcção nacional, Paulo Ornela Flor, escusando-se a divulgar qual o motivo da reunião.

No entanto, a rádio TSF avançou que a direcção nacional da PSP convocou hoje os sindicatos, com urgência, para discutir o estatuto profissional, envolto em polémica.

Esta reunião de urgência convocada pela Direcção Nacional da PSP ocorre no dia em que a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, inicia com os sindicatos da PSP negociações sobre o futuro estatuto profissional, cujas alterações propostas pelo Governo estão a gerar descontentamento entre os polícias.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP) é o primeiro sindicato a ser recebido por Anabela Rodrigues, que no início do mês apresentou às estruturas sindicais a proposta de alteração ao estatuto profissional da PSP.

Todos os sindicatos da PSP se manifestaram contra a proposta, alegando que, após a divulgação do documento, se gerou um clima de "instabilidade, insatisfação e revolta" entre os polícias.

Nesse sentido, os sindicatos também vão reunir-se hoje de manhã, na sede da ASPP, em Lisboa, para concertar posições reivindicativas e preparar eventuais formas de luta caso o Ministério da Administração Interna (MAI) avance com a actual proposta de estatuto.

O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse quinta-feira à agência Lusa que hoje a ASPP vai pedir à ministra Anabela Rodrigues que esclareça qual a disponibilidade do MAI em alterar a proposta apresentada.

Paulo Rodrigues considerou que o documento tem que ser "revisto na globalidade", tendo em conta que ficou "aquém das expectativas" e "é o inverso do que estava previsto" pelo anterior ministro, Miguel Macedo.

O aumento da carga horária, a redução dos dias de férias e a criação de um novo regime de avaliação são alguns dos pontos contestados pelos polícias, que exigem que o estatuto consagre a profissão como de risco e de desgaste rápido.

A proposta do MAI prevê também a criação dos postos de agente-coordenador e chefe-coordenador e a dispensa do trabalho nocturno dos polícias com mais de 58 anos, mantendo o pedido de passagem à pré-aposentação aos 55 anos de idade ou 36 anos de serviço.

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