Reclamações sobre compras online e vendas à distância dispararam 9%

Telecomunicações continuam a liderar a lista de queixas que chegam à Deco, mas em 2014 o segundo sector com mais reclamações foram as compras online, à distância e porta-a-porta.

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Publicidade enganosa nos preços de lojas online levou portugueses a reclamarem Daniel Rocha

As queixas de consumidores sobre compras , à distância ou porta-a-porta passaram do quarto para o segundo lugar na lista das reclamações que mais chegam até à Deco, Associação Portuguesa de Consumidores. Em 2014, um total de 28.037 pessoas contactaram a organização, mais 9% do que no ano anterior. O número é superior ao das queixas contra a banca ou seguros, por exemplo.

De acordo com a Deco, a maior parte das reclamações incide sobre o facto de as empresas ignorarem o direito de resolução de contrato no prazo de 14 dias, o incumprimento do prazo de reembolso, a falta de entrega dos bens e a ainda disparidade entre o preço publicitado e o efectivamente cobrado (sobretudo no comércio online). “Os casos de práticas comerciais agressivas e enganosas proliferaram e atingiram, sobretudo, os consumidores mais idosos e vulneráveis”, sublinha a associação.

As telecomunicações continuam a ser o principal alvo das reclamações e com 59.629 denúncias, mais 10% do que em 2013. Milhares de portugueses reclamaram “da dupla facturação, denunciaram as práticas enganosas por parte dos comerciais e exigiram alterações ao período de fidelização que, na sequência de mudanças contratuais, empurrou os consumidores para a refidelização que, quase sempre, aconteceu sem informação prévia e sem benefícios para os titulares”, refere a Deco.

Nos serviços associados ao fornecimento de energia ou mudança de fornecedor, os maiores problemas estiveram relacionados com os prazos para a alteração, a dupla facturação, “práticas enganosas e fraude nos contadores”. Ainda assim, o número de pessoas a contactar a Deco com reclamações deste teor caiu 3%, para 26.999.

Na banca, 2753 queixas foram de clientes do BES. A Deco avançou com duas acções judiciais e está a mediar outros casos, exigindo indemnizações sobre as perdas. O sector bancário foi alvo de 26.430 queixas.

No total, 549.209 consumidores contactaram a associação, mais 9,5% em comparação com 2013. A maioria foram pedidos de informação escritos e telefónicos. A organização mediou 18.818 processos durante o ano passado.

“O novo consumidor português é mais esclarecido e informado. Embora mais atento às tendências de mercado e conhecedor dos seus direitos, continua a enfrentar conflitos já recorrentes e que reflectem as condições económico-sociais do país”, sublinha a Deco, lembrando que o Dia Mundial do Consumidor se assinala a 15 de Março.

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