Nelson Évora na final do triplo salto mas sem impressionar

Português vai neste sábado lutar por uma medalha nos Europeus de atletismo de pista coberta.

Foto
Nélson Évora pode regregressar às medalhas neste sábado FRANCK FIFE/AFP

O segundo dia dos Europeus de atletismo em pista coberta, que estão a decorrer até domingo em Praga, permitiu a entrada em acção de quatro atletas portugueses, dos sete que compõem a delegação nacional. E se Edi Maia e Diogo Ferreira estiveram francamente mal, Nelson Évora e João Almeida cumpriram.

Nelson Évora foi o primeiro a entrar em acção, logo pela manhã na qualificação do triplo salto. A marca pedida para ir à final era discreta, uns meros 16,75m, mas ainda assim só um atleta a conseguiu obter, o russo Dmitriy Sorokin, com 16,76m, pelo que os outros sete finalistas tiveram de ser repescados. Entre eles ficou Évora, que saltou de entrada 16,51m, na segunda tentativa subiu para 16,61m, mas ficou-se por aí. Não impressionou, de facto. Como consolação o português tem o facto de ninguém o ter feito também, pelo que para a final deste sábado à tarde fica tudo em aberto. Com a sua marca acabou no terceiro lugar da qualificação, logo atrás do seu velho conhecido romeno Marin Oprea (16,63m). O oitavo a ser repescado apenas necessitou de 16,38m.

Em muito bom plano esteve João Almeida na sua eliminatória matinal, a segunda, de 60m barreiras. Partiu muito bem e aguentou-se na frente da prova até perto do final, sendo apenas passado pelo francês Wilhelm  Belocian, vencedor com 7,63s. Com 7,66s igualou o recorde nacional que Rasul Dabó havia estabelecido o ano passado, em França, mantendo uma subida de forma sensacional desde que nos Nacionais de clubes do fim de Fevereiro havia conseguido os mínimos de presença na capital checa, com 7,75s.

De tarde, João Almeida esteve presente nas meias-finais, logo na primeira delas, e acabou com o segundo tempo da sua carreira, com 7,68s, na sexta posição, não podendo aceder à final. Ganhou de novo Wilhelm Belocian, com 7,68s, e na conclusão da jornada, na final, este campeão mundial júnior do ano passado seria um dos intérpretes da sensacional tomada total do pódio pelos franceses, ficando em terceiro com 7,52s, tendo ganho Pascal Martinot-Lagarde com 7,49s, adiante de Dimitri Bascou (7,50s).

Ainda de manhã, Edi Maia e Diogo Ferreira, atletas que este Inverno já tinham ambos passado 5,60m, estiveram na qualificação do salto com vara. As coisas correram-lhes francamente mal, com Edi Maia a não conseguir qualquer salto válido, dado que falhou os três ensaios tentados à altura inicial de 5,05m, e com Diogo Ferreira a passar 5,25m no terceiro salto mas depois sem conseguir transpor 5,45m. Ambos ficaram eliminados numa qualificação que deu passagens à final com 5,60m e na qual o hiperfavorito francês Renaud Lavillenie esteve à beira da eliminação, só passando na terceira e última tentativa 5,70m, que foi a sua fasquia inicial — e afinal de contas, a última do dia.

No pentatlo feminino quase que se assistiu ao quebrar do recorde do mundo. A jovem britânica Katarina Johnson-Thompson, de 22 anos, somou 5000 pontos exactos e obteve o segundo total de sempre a 13 pontos do recorde global da já retirada ucraniana Natalya Dobrynska. Entre outras coisas, ganhou quatro das cinco provas do evento e depois de abrir logo com um recorde pessoal, de 8,18s nos 60m barreiras saltou 1,95m em altura e arrumou a questão no salto em comprimento com um ensaio fabuloso a 6,89m.

As outras três finais foram ganhas pelos favoritos. David Storl (Alemanha — 21,23m) impôs-se no peso, o sueco Michel Tornéus fê-lo no comprimento, com 8,30m, e nos 60m barreiras femininos triunfou, com a melhor marca europeia do ano (7,85s), a bielorrussa Alina Talay.

Sugerir correcção
Comentar