Manter a calçada ou não? Moradores de Campolide vão decidir

A Junta de Campolide vai promover, quarta e quinta-feira, uma votação aberta a todos os eleitores desta freguesia lisboeta.

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A votação decorre este quarta e quinta-feira, entre as 14h e as 22h Enric Vives-Rubio

Depois de em 2012 terem sido chamados a decidir que destino dar a um terreno baldio na Avenida Miguel Torga, os habitantes de Campolide, em Lisboa, vão poder agora escolher entre a manutenção da calçada ou a sua substituição por outro piso nas ruas da freguesia.

A votação realiza-se esta quarta e quinta-feira, na sede da junta, na Rua de Campolide, e destina-se às cerca de 15 mil pessoas recenseadas na freguesia. As urnas vão estar abertas entre as 14h e as 22h.

“Era uma decisão demasiado drástica para a tomarmos sozinhos”, afirma o presidente da freguesia, André Couto, lembrando que sempre que se fala na hipótese de substituir a calçada por outros materiais “há uma divisão grande nos munícipes de Lisboa”. Essa divisão, nota, ficou também patente num debate sobre este tema promovido pela junta na passada quinta-feira, como forma de lançar este processo participativo.  

O autarca socialista destaca que a reabilitação dos passeios sempre foi encarada como “uma prioridade” pelo seu executivo, até porque Campolide tem “uma população muito envelhecida”. “A calçada está velha, as pessoas escorregam e caem”, constata, lembrando que quando isso acontece a alguém com mais idade “é quase estar a condenar a não sair mais de casa, do sofá”.  

André Couto não tem dúvidas de que é necessário requalificar os passeios de Campolide, não só da sua “parte antiga” mas também de várias artérias em “todos os cantos” da freguesia. A dúvida que se coloca, e cuja decisão o autarca põe na mão dos moradores, é saber se essa intervenção deve ser feita preservando a calçada ou substituindo-a por um piso contínuo, semelhante ao que existe nas ciclovias da cidade.

Na página da freguesia no Facebook, a pergunta que se faz é se se prefere “tradição ou segurança”, que é como quem diz a manutenção da calçada ou “a sua substituição por um piso mais moderno e seguro”. Questionado sobre os termos em que é colocada a questão, André Couto diz que é “óbvio” que “o piso contínuo é mais seguro” e acrescenta que aquilo que se pretendeu com a formulação escolhida foi “encontrar o mínimo denominador comum” numa questão que “é muito técnica”.

O autarca socialista recorda que este é o segundo processo participativo promovido pela Junta de Freguesia de Campolide: em 2012, foram os moradores a escolher o destino a dar a um terreno baldio na Avenida Miguel Torga. Entre um jardim e um parque de estacionamento, 67% dos votantes optaram pelo primeiro. André Couto diz que “passados nove meses” o jardim já era uma realidade.

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