Líder dos curdos na Turquia faz apelo histórico ao desarmamento

Pela primeira vez, mensagem do líder do PKK foi lida em directo na televisão e na presença de um representante do governo de Ancara.

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Öcalan está preso desde 1999 FREDERICK FLORIN/AFP

O líder do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan, lançou a partir da prisão um apelo “histórico” aos separatistas curdos da Turquia para abdicarem da luta armada.

“Agora que nos aproximamos de uma solução para este conflito que dura há mais de 30 anos e que esperamos alcançar uma paz definitiva, o nosso primeiro objectivo é conseguir uma solução democrática”, disse Abdullah Öcalan numa mensagem divulgada pelo deputado do Partido Democrático Popular (HDP, pró-curdo), Sirri Sureyya Onder.

“Apelo ao PKK para organizar um congresso extraordinário na Primavera para tomar uma decisão estratégica e histórica sobre o desarmamento”, refere o texto de Öcalan lido pelo deputado numa conferência de imprensa conjunta com o vice-primeiro-ministro Yalcin Akdogan.

As duas partes “nunca estiveram tão próximas da paz”, declarou Sirri Sureyya Onder.

Uma delegação do HDP encontrou-se com os rebeldes do PKK na sua base situada nos montes Kandil (Iraque) no dia 23 de Fevereiro, e depois com Öcalan na quarta-feira na prisão de Imrali.

Esta foi a primeira vez que uma mensagem do histórico líder dos curdos, a cumprir uma pena de prisão perpétua desde 1999, foi lida em directo na televisão e na presença de representantes do governo turco.

O líder do PKK faz saber em Novembro que um acordo podia ser assinado no espaço de quatro a cinco meses com o governo de Ancara para pôr fim à rebelião curda que luta pela autodeterminação do povo curdo na Turquia.

O conflito entre o PKK e a Turquia já fez mais de 40 mil mortos desde 1984. Em 2013, depois de negociações secretas com o governo liderado por Recep Tayyip Erdogan, os rebeldes curdos decretaram um cessar-fogo que tem sido globalmente respeitado.

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