Boko Haram usa criança de sete anos e mata cinco pessoas na Nigéria

Presidente nigeriano reconhece ter subvalorizado ameaça do grupo islamista

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Boko Haram rapta e utiliza crianças para executar atentados suicidas AFP

Uma criança fez-se explodir este domingo, matando cinco pessoas numa cidade no Nordeste da Nigéria – um método que tem sido utilizado pelo grupo terrorista Boko Haram. O Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, reconheceu que a ameaça que os islamistas constituem foi “subvalorizada”.

A explosão ocorreu num mercado em Potiskum, uma cidade onde os ataques da milícia islamista têm sido frequentes, e insere-se num conjunto de casos em que o Boko Haram utiliza crianças para executar atentados. “Cinco pessoas foram mortas para além da criança e outros 19 foram levados para o hospital com ferimentos”, disse à AFP Buba Lawan, que lidera um grupo de autodefesa local.

A rapariga teria cerca de sete anos e transportava um cinto com explosivos. O ataque não foi reivindicado, mas a forma como foi executado mostra semelhanças com outros levados a cabo pelo Boko Haram na região. Em Janeiro, duas jovens de 15 e 20 anos fizeram-se explodir na mesma cidade, causando seis mortos e 37 feridos.

Numa entrevista ao jornal This Day publicada neste domingo, o Presidente nigeriano admitiu ter “subvalorizado” o poder do grupo fundamentalista. “Provavelmente, no início [da insurreição], nós, digo a minha equipa e eu próprio, subestimámos as capacidades de causar problemas do Boko Haram”, afirmou Jonathan.

Os nigerianos vão a votos no próximo dia 28 de Março – numas eleições presidenciais inicialmente agendadas para 14 de Fevereiro – com a ameaça dos islamitas como pano de fundo. O actual Presidente vai tentar a reeleição contra o antigo chefe militar, Muhammadu Buhari, que chegou à presidência do país em 1983 na sequência de um golpe de Estado.

No sábado, o exército nigeriano conseguiu retomar o controlo da cidade de Baga, que tinha sido tomada pelo grupo no início do ano. A cidade do Nordeste ficou associada a um dos massacres mais sangrentos levados a cabo pelo Boko Haram, durante o qual terão morrido 2000 pessoas.

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