Polanski vai a tribunal polaco que avaliará a sua extradição para EUA

Advogado do realizador confirmou que Polanski vai estar na audiência da próxima semana.

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Realizador está na Polónia a filmar o seu próximo trabalho Reuters

Roman Polanski aceitou comparecer em tribunal na próxima semana em Cracóvia, na Polónia. A sessão marcada para 25 de Fevereiro vai avaliar o pedido recente de extradição dos Estados Unidos pela condenação de abusos sexuais a uma menor em 1977, anunciou o advogado do realizador franco-polaco.

A audiência foi anunciada nesta terça-feira por uma porta-voz do tribunal de Cracóvia e confirmada pelo advogado de Polanski, que garantiu que o realizador vai estar presente na sessão. “Na linha das declarações que foram feitas antes, Roman Polanski vai aparecer em tribunal”, disse Jan Olszewski, advogado do realizador de O Pianista – filme que lhe valeu um Óscar, além da Palma de Ouro de Cannes.

Roman Polanski, de 81 anos, está actualmente na Polónia a rodar o seu próximo filme sobre o caso Dreyfus, um escândalo político que dividiu a França durantes muitos anos no final do século XIX. Em Outubro, a justiça polaca tinha recusado o pedido de detenção feito pelos Estados Unidos mas decidiu analisar o pedido de extradição.

Segundo a legislação polaca, não basta que o tribunal se pronuncie a favor da extradição do realizador para os Estados Unidos. A última palavra é do Ministério da Justiça que decidirá se aprova ou rejeita a decisão. O correspondente da BBC na Polónia escreve que será pouco provável que a extradição de Polanski avance, uma vez que o realizador é muito respeitado naquele país. Polanski é visto como uma dos grandes artistas vivos na Polónia.

Este pedido de extradição existe porque em 1977, Polanski declarou-se culpado de ter tido relações sexuais com uma adolescente de 13 anos durante uma sessão fotográfica em Los Angeles. A rapariga é Samantha Geimer, que em 2013 decidiu escrever um livro sobre o caso.

Polanski foi condenado em 1978, à sua revelia, por um tribunal de Los Angeles. Passou 42 dias na prisão. Fugiu dos Estados Unidos no ano a seguir por temer voltar para a prisão e não mais voltou.  

Em Setembro de 2009, o realizador foi detido em Zurique a pedido das autoridades judiciais norte-americanas, e permaneceu sob prisão domiciliária no seu chalet de Gstaad, na Suíça, até Julho de 2010, quando o Governo suíço rejeitou o pedido de extradição e o declarou um homem livre.

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