Mário Machado revela ao DIAP pormenores sobre desaparecimento de jovem em Lisboa

Estudante de 24 anos desapareceu à saída da discoteca Urban Beach, em Fevereiro de 2013. Mário Machado, que está preso, terá relevado nomes de responsáveis, mas até agora não há arguidos no processo.

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Mário Machado está na cadeia de Alcoentre a cumprir uma pena de dez anos de prisão Enric Vives-Rubio

O antigo líder do movimento de extrema-direita Hammerskins Mário Machado foi inquirido nesta segunda-feira no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa a propósito do desaparecimento de um estudante açoriano de 24 anos.

Mário Machado, que está na cadeia de Alcoentre a cumprir uma pena de dez anos de prisão por discriminação racial, coacção agravada, detenção de arma ilegal, danos e ofensa à integridade física qualificada e ameaça, revelou pormenores que podem ajudar a explicar o que terá acontecido a João Medeiros que desapareceu à saída da discoteca Urban Beach, em Lisboa, a Fevereiro de 2013. “Foi ouvido no DIAP sobre esse processo”, assegurou ao PÚBLICO o advogado do recluso, José Manuel Castro.

Machado terá fornecido nomes de eventuais responsáveis pelo crime, mas fonte do DIAP garantiu ao PÚBLICO que até agora não foram constituídos arguidos sendo que os pormenores que a investigação conseguiu recolher são muito vagos e insuficientes para explicar o desaparecimento.

A inquirição de Mário Machado ocorreu na sequência de uma carta que o recluso enviou “há três semanas” com “revelações”, acrescentou ainda o advogado. A Procuradoria-Geral da República confirmou também a recepção da carta, sublinhando que o desaparecimento do jovem está a ser “objecto de um inquérito” que está em “segredo de justiça”.

Por isso mesmo, José Manuel Castro preferiu não adiantar mais informações, nomeadamente o conteúdo da carta. “Este inquérito está parado há dois anos. Não queremos prejudicar a investigação”. O advogado não explicou também como Mário Machado conseguiu informações sobre o que aconteceu ao estudante.

O Correio da Manhã noticiou nesta terça-feira que, na carta, o antigo líder dos Hammerskins adianta terem sido elementos da facção mais radical da extrema-direita – que frequentavam a discoteca e assaltavam os clientes – os responsáveis pelo roubo e pelo homicídio do estudante que estava então de férias com amigos em Lisboa.

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