Rússia não liberta piloto ucraniana

Nadia Savchenko é acusada de envolvimento na morte de dois jornalistas russos. Presidente da Ucrânia tinha anunciado que a piloto poderia ser libertada ao abrigo do acordo de Minsk.

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Nadia Savchenko está em greve de fome há dois meses Maxim Zmeyev/Reuters

A piloto ucraniana Nadia Savchenko, detida em Moscovo e acusada de envolvimento na morte de dois jornalistas russos no Leste da Ucrânia, não será libertada ao abrigo da troca de prisioneiros prevista no acordo de Minsk, garantiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

No final da cimeira que decorreu na capital da Bielorrússia entre quarta e quinta-feira, o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou que o caso de Savchenko tinha sido abordado e que a piloto poderia ser libertada em breve.

Savchenko está detida desde Junho do ano passado, depois da morte de dois jornalistas russos. As autoridades da Rússia acusam-na de ter fornecido as coordenadas para o ataque que acabou por matar os dois jornalistas, mas ninguém sabe ao certo como é que Savchenko apareceu numa prisão em Moscovo.

Em Kiev diz-se que a piloto foi capturada por rebeldes pró-russos no Leste da Ucrânia e que foi entregue ao Exército da Rússia, mas em Moscovo a versão é outra: Nadia Savchenko foi capturada já em território russo, quando fingia ser refugiada.

Foi esta versão que levou o Kremlin a declarar que Savchenko só será libertada se a Justiça russa assim o entender. "O acordo diz respeito a pessoas que estão detidas no território da Ucrânia; a amnistia não abrange os que estão noutros países", disse Dmitri Peskov.

Vista como uma heroína na Ucrânia, a piloto iniciou há dois meses uma greve de fome e tem assumido uma postura de confrontação sempre que é ouvida em tribunal – em várias ocasiões insiste em responder às perguntas em ucraniano. A popularidade de Savchenko na Ucrânia valeu-lhe a eleição para o Parlamento pelo partido da antiga primeira-ministra Iulia Timoshenko, mesmo estando detida na Rússia.

 

 

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