PS acusa Passos de ser incapaz de ter uma “proposta construtiva” para a Europa

Partidos reagem à carta de 32 personalidades enviada ao primeiro-ministro.

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Passos diz que, em termos relativos, Portugal é o país que "mais tem ajudado a Grécia" AFP/JOHN THYS

O PS criticou o primeiro-ministro pela falta de chá, o PCP criticou Passos Coelho por não perceber o que se está a passar e o PSD continuou a defender uma distância higiénica entre Portugal e a Grécia.

A carta de 32 personalidades enviada ao primeiro-ministro sobre a Grécia e uma "solução multilateral do problema das dívidas europeias" levou esta sexta-feira alguns dos partidos parlamentares e regressar à agenda europeia, já depois do líder de o PSD ter considerado que esta fazia “parte de um equívoco” por entender que Portugal era dos Estados-membros que maior esforço haviam feito para apoiar a Grécia nos últimos anos.

O líder parlamentar do PS — um dos subscritores da carta — considerou que a resposta de Passos Coelho a essa manifestação pública ficara “a alguma distância da elegância mínima necessária” e acusou Passos Coelho de ser mais papista que o papa. “No essencial, mantém uma posição que, se analisarem, é bastante menos construtiva do que a da própria chanceler [alemã] Merkel", lamentou o deputado do PS.

Essa fora, precisamente, a posição tomada pelo PCP sobre o tema. João Oliveira descreveu a reacção do social-democrata como uma posição "assumida em confronto e contraditória com os desenvolvimentos que se têm vindo a verificar na situação internacional".

Uma postura bem longe da que pretendiam ver no Governo português e que levou aquele partido, aliás, a apresentar a proposta da organização de uma conferência intergovernamental com uma agenda centrada na renegociação da dívida pública nos seus prazos, juros e montantes, bem como a suspensão e revogação do Tratado Orçamental. Uma iniciativa a que pretendiam juntar uma “ofensiva diplomática” na Europa.

Mas logo no mesmo dia começaram a surgir resistências a essa proposta. Ferro Rodrigues afirmou poucas horas depois que não cabia a um partido ainda que com representação “significativa, mas apesar disso minoritária”, avançar com uma iniciativa que dependia da vontade de governos “à escala europeia”.

O líder parlamentar do PSD saiu em defesa do primeiro-ministro, com a mesma linha de argumentação dos últimos anos. "Querem os subscritores desta carta aproximar a situação portuguesa da grega?", questionou Luís Montenegro, antes de assegurar que nos últimos anos “a Grécia teve condições [em relação à dívida] ainda melhores que as portuguesas".

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