Mãos francesas
Cada vez mais se escolhe, na imprensa séria, entre o caos gráfico e gratuito dos sites online e a seriedade, crescente e determinante, das assinaturas digitais.
Sou assinante digital de apenas dois jornais franceses: Le Monde e Libération. Compro Le Monde Diplomatique em papel. É chorudo e caro, mas só uns cêntimos mais caro do que em França.
O app do Libé tem a desvantagem de começar do princípio cada vez que o consultamos: temos de descarregá-lo cada vez que interrompemos a leitura. É chato e moroso.
Le Monde tem a vantagem de pertencer ao mundo AppStore da Apple: tanto podemos escolher a versão PDF como a versão "mexível" para o iPad. Ao meio-dia de cada dia (excepto à segunda-feira) descarregamos a edição fresquinha assinalada com a data do dia seguinte, para disfarçar (muito mal) o privilégio de viver em Paris comparado com o atraso (muito discutível) de vida nas províncias francesas.
Seja como for, tanto os apps digitais de Le Monde como o Libé facilitam muito mais a leitura do que todos os jornais e todas as revistas inglesas e americanas.
Apresentam uma leitura PDF tradicional, igual à leitura de uma edição impressa. Mas oferecem também, maravilhosamente, uma versão textual feita para ser facilmente lida num iPad (ou até, mais dificilmente, num iPhone).
As versões são geralmente verbais e isentas de grafismo, mas vai havendo, crucialmente, edições com fotografias e um princípio (ainda muito básico) de grafismo.
Cada vez mais se escolhe, na imprensa séria, entre o caos gráfico e gratuito dos sites online e a seriedade, crescente e determinante, das assinaturas digitais.
A esperança existe.