Universidades voltam a pedir documentos aos estudantes à espera de bolsa

Solução permite continuar a avaliar processo enquanto não é resolvido problema informático que se arrasta desde o mês passado. Há quem tema que a informação possa ter sido perdida.

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O funeral ocorrerá poucas horas antes do início do cortejo académico na Av. dos Aliados Paulo Pimenta

Os Serviços de Acção Social (SAS) das várias universidades públicas estão a contactar os estudantes que ainda estão à espera de uma decisão sobre as bolsas de estudo pedindo-lhes que voltem a submeter os documentos de suporte às suas candidaturas. Esta tem sido a solução encontrada para acelerar o processo de análise, que tem decorrido a ritmo lento nas últimas semanas, enquanto não é resolvido o problema informático que se manifesta desde o início de Dezembro.

Foi a própria Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) quem, na semana passada, enviou uma comunicação aos vários SAS sugerindo que fosse pedido aos estudantes que submetessem novamente os documentos. É isso que tem sido feito pelos serviços nos casos em que não é encontrada a informação necessária na plataforma informática usada para gerir os processos de candidaturas a bolsas. Desde o início de Dezembro que um erro informático fez desaparecer milhares de ficheiros de suporte à decisão. O Ministério da Educação e Ciência (MEC) anunciou, no final do mês, que o erro tinha sido ultrapassado, mas, quando voltaram ao trabalho, os técnicos das universidades perceberam que ainda havia documentos desaparecidos e outros que surgiam incompletos ou com erros.

Com a situação a arrastar-se há quase dois meses, e tendo em conta a solução sugerida pela DGES, alguns administradores dos SAS com quem o PÚBLICO tem contactado mostram a sua apreensão. Há mesmo que tema que os ficheiros perdidos estejam irremediavelmente comprometidos pela ausência de seguranças informáticas.

O MEC não respondeu à questão enviada a este propósito. No entanto, a direcção-geral garantiu, esta terça-feira, aos estudantes que o processo de reposição dos documentos na plataforma ainda está a decorrer. “A maior parte dos documentos está a ser recuperado”, conta o presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, Carlos Videira, uma das cerca de uma dezena de estruturas associativas que reuniu com o director-geral do ensino superior, João Queiroz. Ainda segundo o dirigente estudantil, o líder da DGES não se quis comprometer com datas para que a situação seja ultrapassada.

Na reunião, as associações académicas sublinharam a necessidade de “dar maior robustez” à plataforma informática usada pela DGES, bem como de salvaguardar os backups necessários para que uma situação destas não se repetia, conta Videira.

O “apagão” informático tem tornado mais lento o processo de avaliação das candidaturas a bolsas de estudo. Os SAS têm estado a despachar cerca de 2000 processo por semana, um terço do que habitualmente fazem. Neste momento, há ainda 7406 estudantes cujos processos ainda não têm uma decisão. Dos quais 86 mil candidatos a bolsas de estudo, 50 mil já estão a receber este apoio do Estado.

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