Presidente do BPI diz que é urgente travar fusão da PT SGPS com a Oi

Fernando Ulrich afirma em entrevista à Reuters que fusão “é uma tragédia para os accionistas da PT SGPS”.

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Fernando Ulrich,presidente do BPI, dedende suspensão da fusão entre PT e Oi. Foto: Nuno Ferreira Santos

O presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich, defendeu nesta quarta-feira, em entrevista à Reuters, que a fusão da PT com a Oi tem de ser travada, considerando-a “uma tragédia para os accionistas".

"Espanta-me que ninguém faça nada para travar esta fusão, que é uma tragédia para os accionistas da PT SGPS", afirmou Ulrich, considerando que a destruição de valor da PT [queda das acções em bolsa] não se deve à falta de pagamento do empréstimo de cerca de 900 milhões de euros que fez à Rioforte, mas sim à correlação com a Oi, que está em em forte desvalorização no Brasil.

"É urgente actuar, pois é a queda das acções da Oi que está a arrastar a queda das acções da PT SGPS. Isto é uma monstruosidade, é um casamento trágico e choca-me, enquanto cidadão, ver esta tragédia para os accionistas da PT SGPS", afirmou em entrevista telefónica à Reuters.

"A fusão ainda não está concretizada e, se ainda é possível fazer alguma coisa para travar a fusão, deve ser feito. A fusão é uma tragédia para os accionistas da PT SGPS", alertou o gestor.

Ulrich explicou aina que, além disso, esta fusão nem tem qualquer sentido pois a brasileira já não pretende prosseguir o projecto inicial de criar um operador lusófono à escala global, com presença forte em Portugal, na América Latina e em África.

Embora o BPI não seja accionista directo na PT SGPS, Ulrich assumiu que é accionista de forma indirecta, pois é um dos accionistas do Fundo de Resolução, que é o dono do Novo Banco – a instituição que ficou com os activos não tóxicos do ex-BES e que é o maior accionista da PT SGPS, com 12,6% do capital.

As acções da PT SGPS chegaram a cair mais 20% nesta quarta-feira, para novo mínimo histórico de 0,64 euros.

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