Duas jovens condenadas por tráfico de droga fogem depois de irem ao cinema

Deslocação era incentivo por bom comportamento das duas raparigas de 17 anos internadas num centro educativo. Continuam em fuga.

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João Gaspar

Duas jovens condenadas por tráfico de droga e que estavam internadas no Centro Educativo Navarro de Paiva, em Lisboa, fugiram este sábado depois de irem ao cinema. As duas raparigas, com 17 anos, faziam parte de um grupo de cinco jovens escolhidas pelo bom comportamento para irem assistir a um filme no Centro Comercial das Amoreiras.

A deslocação ao centro comercial ocorreu pelas 13h. O grupo viu o filme até ao fim e foi só à saída da sala de cinema que as duas menores foram vistas a fugir pelo director do centro, adiantou ao PÚBLICO fonte do sistema tutelar educativo.

A mesma fonte explicou que estas saídas são habituais nos centros educativos e funcionam como um incentivo que faz parte do programa de formação dos jovens condenados a medidas tutelares. Estas duas menores não têm direito a saídas precárias, pelo que não estiveram com a família no Natal nem na passagem de ano. Esta saída foi decidida como prémio no contexto dessa época.

Aliás, o director do mesmo centro educativo foi no mesmo dia já pelas 18h com outro grupo de cinco rapazes assistir ao jogo de futebol entre o Sporting e o Estoril-Praia. Não foi detectado qualquer incidente durante essa deslocação.

As duas jovens, uma residente em Lisboa e outra nos arredores de Lisboa, foram condenadas a dois anos de internamento no centro educativo. Pelo menos uma começou a cumprir a medida há pelo menos um ano e meio, enquanto a outra já estava no centro tendo sido até alvo de uma punição (que prolongou o internamento) há mais de meio ano por ter então tentado também fugir, adiantou fonte do sistema tutelar educativo.

Desde então, porém, não ocorreram mais incidentes e a jovem registava um bom comportamento. Questionado pelo PÚBLICO, o director do Centro Educativo de Navarro Paiva, Rogério Canhões, recusou prestar qualquer informação sobre o caso. O PÚBLICO tentou também, sem sucesso, contactar a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) que tutela o sistema de centros educativos.

Ao que o PÚBLICO apurou, as famílias das duas jovens foram contactadas de imediato pelos responsáveis do centro que deram também instruções para que os técnicos superiores de reinserção social ao seu serviço fizessem diligências no exterior para as localizar.

Esta segunda-feira ainda não tinha sido ainda aberto inquérito interno, mas a DGRSP deverá fazê-lo nos próximos dias para apurar se houve eventualmente negligência neste caso. 

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