Taxas de juro da dívida sobem e bolsas caem a seguir a voto grego

Obrigações portuguesas registam taxas 0,051 pontos percentuais mais altas. Bolsas registam quedas em toda a Europa, em particular na Grécia que apresenta descida de quase 10%.

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A abertura da bolsa lisboeta acompanhou a maioria dos mercados europeus Rafael Marchante/Reuters

A confirmação de que irão ser realizadas eleições antecipadas na Grécia nas primeiras semanas do próximo ano foi recebida pelos mercados com subidas nas taxas de juro da dívida de todos os países da periferia da zona euro, incluindo Portugal. Ao mesmo tempo, as bolsas europeias registaram quedas significativas.

De acordo com os dados publicados pela agência Reuters, às 11h desta segunda-feira, poucos minutos depois de o Parlamento grego não ter conseguido eleger um novo Presidente da República, registava-se uma subida das taxas de juro dos títulos de dívida pública em diversos países do Sul da Europa.

Em Portugal, as obrigações do tesouro a 10 anos apresentavam uma taxa de juro implícita de 2,764%, um valor 0,051 pontos percentuais acima do registado no final da última sessão. A subida registou-se logo pela manhã, ainda antes da votação no Parlamento grego, numa altura em que os mercados já antecipavam um resultado que conduzirá à queda do Governo e à realização de eleições legislativas antecipadas no final de Janeiro ou início de Fevereiro de 2015.

Ao mesmo tempo, o índice PSI20, o principal da bolsa de Lisboa, registava à mesma hora uma queda de 1,25%, acompanhando uma tendência que se regista em toda a Europa.

A subida dos juros da dívida e a desvalorização dos índices bolsistas é comum aos vários países da periferia da zona euro. Em Itália, os juros subiam 0,063 pontos para 2,010 às 11h, ao passo que a bolsa registava uma queda de 1,14%. Em Espanha, os juros aumentavam 0,22 pontos para 1,717%, com a bolsa a perder 1,51%.

Mas é na Grécia que o impacto nos mercados é, de longe mais acentuado. Desde o início do dia que o clima é de muito pessimismo entre os investidores. Pouco depois do voto no Parlamento, as taxas de juro da dívida subiam 0,067 pontos para 8,625% e a queda na bolsa atingia os 9,73% face à sessão anterior. Em particular, as acções dos principais bancos gregos apresentavam um desempenho muito negativo.

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