PS-Porto à espera de eleições

Com a saída de Manuel Pizarro para o Secretariado Nacional, militantes decidem em Janeiro se devem ser convocadas eleições para a liderança da concelhia.

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O antigo quartel da Rua de S. Brás pertence ao Ministério da Defesa dato daraselia

Os socialistas do Porto preparam-se para ir de novo a votos. O presidente da concelhia do PS-Porto, Manuel Pizarro, eleito para o Secretariado Nacional – órgão restrito da direcção do partido – está de saída porque os estatutos não permitem a acumulação de cargos executivos.

Com a saída de Pizarro, Tiago Barbosa Ribeiro podia assumir automaticamente o lugar, até porque é isso que dizem os estatutos, mas o número dois da concelhia é favorável à realização de eleições internas, “para reforçar a autoridade no PS-Porto”.

Internamente, Tiago Barbosa Ribeiro, que integrou a lista de Manuel Pizarro à Câmara do Porto nas autárquicas de 2013, já defendeu a convocação de eleições para a concelhia na última reunião do secretariado concelhio e pretende fazê-lo de novo na reunião da comissão política, marcada para o próximo dia 5 de Janeiro.

Em declarações ao PÚBLICO, o dirigente concelhio explica que as eleições “reforçam a legitimidade da liderança e do respectivo projecto político”, para além de o tornar “mais transparente”. “Não estou disponível para assumir a liderança da concelhia sem ser através de eleições”, avisa.

“Eu tenho o poder pela via burocrática, mas entendo que deve haver eleições e na próxima reunião da concelhia vou solicitar à federação distrital que sejam convocadas”, disse o ex-deputado municipal, sem revelar se vai ou não entrar na corrida. Mas faz questão de deixar claro que a sua posição nada tem a ver com divergências em relação ao projecto que Manuel Pizarro apresentou para a concelhia. “Revejo-me totalmente nele”, declara.

“A concelhia do PS-Porto é muito complexa, tem muita visibilidade, para além de ser uma estrutura muito exigente. Se houver uma liderança que são seja sufragada pelos militantes isso enfraquece a concelhia”, reforça o sociólogo e gestor da Efacec.

O ex-deputado municipal do Porto admite que haja uma candidatura protagonizada pelos apoiantes do antigo secretário-geral socialista, António José Seguro. “Se essa candidatura vier a surgir [os ex-apoiantes de Seguro] cometem um erro político do ponto de vista da sua própria estratégia”. E lembra que nas recentes eleições para a federação distrital do Porto, em Setembro passado, houve apenas uma candidatura liderada por José Luís Carneiro.

Nessa altura, sublinha, "foi feito um acordo entre o candidato e Manuel Pizarro [em representação da facção António Costa] ". E remata: "Não podem estar num processo de união com António Costa e depois lançarem uma candidatura ao Porto."

Luís Catarino é um dos nomes apontados para disputar as eleições. Contactado pelo PÚBLICO, Luís Catarino não se mostra favorável à realização de eleições internas num ano que é de eleições legislativas, e remete uma posição definitiva para depois da reunião da concelhia do dia 5 de Janeiro. Vinca que a concelhia foi a votos há um ano, onde houve uma disputa entre Manuel Pizarro e José Luís Catarino (seu irmão) e que os mandatos devem ser cumpridos até ao fim.

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