Oposição antecipa “futuro aberto” para Portugal graças às legislativas

Partidos da esquerda contestaram ideia de recuperação e alívio transmitido por primeiro-ministro na sua mensagem de Natal

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Carlos César Adriano Miranda

A oposição reagiu à mensagem de Natal do primeiro-ministro contrariando a ideia de que 2015 será um ano sem “nuvens negras” no horizonte. No seu discurso, Passos Coelho defendeu que depois de três anos de dificuldades, os portugueses tinham o “o futuro aberto” perante eles. Para depois deixar a ideia de que o “importante” era, agora, “proteger o que já conseguimos juntos” nas próximas legislativas.

O presidente do PS, Carlos César, reagiu directamente a esse apelo ao voto velado. "No mar de dificuldades que atravessamos, de facto, as nuvens negras no horizonte só se dissipam pela percepção de substituição do actual Governo, que espero que se concretize", disse à agência Lusa,ao mesmo tempo que elencou os falhanços do Governo liderado pelo social-democrata. “O primeiro-ministro não se justifica nos [aspectos] negativos: no de ter conseguido ao mesmo tempo aumentar sacrifícios e dívida; adiar reformas e colapsar sistemas onde tocou, como na justiça e na educação; deixar o país sem política externa, seja em África, no Atlântico, no espaço ibérico, tornando-se irrelevante no contexto europeu e abandonando as comunidades emigradas", acusou o presidente do PS.<_o3a_p>

Também o PCP reagiu à mensagem com a ideia de que a esperança que 2015 trazia vinha das eleições. "Perante o grande apelo que o primeiro-ministro fez relativamente ao consenso nacional, o PCP diz que sim, que há um grande consenso nacional, que é a necessidade de demissão do Governo para uma outra política que lance o país num outro caminho. Portugal precisa de uma política patriótica de esquerda - e esse caminho está na força, na vontade e na luta do povo português", advogou João Dias Coelho.<_o3a_p>

O comunista fez, igualmente, um balanço negativo destes últimos anos. "Temos mais de 2,5 milhões de pobres em Portugal, dos quais meio milhão são crianças. Portanto, essas nuvens negras vão continuar”, afirmou o dirigente comunista.<_o3a_p>

Por seu turno, para o BE, "o mais positivo desta mensagem de Natal é que foi a última mensagem de Natal do primeiro-ministro". "Se 2015 vai ser um ano sem nuvens negras? Eu diria que sim, no caso de conseguirmos afastar a maior nuvem negra deste país que é a da austeridade, encabeçada por este Governo PSD/CDS", afirmou a eurodeputada Marisa Matias. <_o3a_p>

Também a bloquista contestou a “nova fase” anunciada por Passos Coelho, destacando "aquilo que o primeiro-ministro não refere", a propósito da “recuperação do poder de compra” dos portugueses: "Neste mesmo ano de 2015, 300 milhões de euros serão retirados dos abonos de família".<_o3a_p>

Também a criação de postos de trabalho de que o primeiro-ministro falou foi contestada por Marisa Matias, que considerou que "houve muito mais destruição de postos de trabalho do que criação" e que "houve 130.000 portugueses que tiveram de abandonar o país a cada ano que passou desde que este Governo está em exercício".<_o3a_p>

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