Junta da Estrela quer polícias à noite em Santos pagos pelos bares

Prevê-se também um gradeamento à volta do Jardim de Santos, que estaria encerrado entre as 21h00 e as 09h00.

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Sara Matos

A Junta da Estrela, Lisboa, anunciou hoje estar contra a redução dos horários dos bares em Santos, defendendo que a medida não resolve a insegurança e que a solução poderá passar por mais policiamento nocturno ao fim-de-semana.

O despacho da Câmara de Lisboa com a redução de horários entra em vigor a 23 de Janeiro e prevê que, a partir desta data, os bares do Cais do Sodré, Bica e Santos sejam obrigados a fechar, de domingo a quinta-feira, às 02h00, e às sextas-feiras, sábados e véspera de feriados às 03h00, enquanto actualmente podem estar abertos até às 04h00.

Porém, “grande parte dos bares de Santos não serão afectados pela redução de horário [devido à delimitação geográfica], o que não traduz qualquer caminho para a resolução do problema que ali se vive”, considerou o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, numa alusão ao ruído, à insegurança e insalubridade que ali existem.

Por isso, defendeu que seja criado um “processo de acalmia da zona que pudesse disciplinar a ocupação do espaço público” e que contaria com policiamento feito por cerca de 10 agentes gratificados da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Esta patrulha seria feita das 23h00 às 04h30, entre quinta-feira e domingo, e o seu financiamento caberia aos proprietários dos bares daquela zona, assinalou o autarca.

Segundo Luís Newton, a Junta pretende também colocar um gradeamento à volta do Jardim Nuno Álvares, mais conhecido por Jardim de Santos, que estaria encerrado entre as 21h00 e as 09h00.

Haveria ainda uma “articulação com as equipas da higiene urbana, já que, tendo lá polícia, é possível proceder à lavagem daquele espaço” durante a noite, referiu.

Para Luís Newton, outra das zonas críticas é o Largo Vitorino Damásio, onde o autarca quer “criar um mecanismo de esplanadas” para acabar com o ‘botellón’ (termo espanhol usado para descrever a ingestão de grandes quantidades de álcool na via pública, sobretudo entre os mais jovens).

Para já, esta é uma vontade da Junta, comunicada à Câmara no período de consulta pública do despacho, entre 31 de Outubro e 20 de Novembro.

Durante este período, a Junta pediu que a zona de Santos não fosse incluída no despacho, para facilitar a criação do projecto, o que não foi aceite pelo município, indicou o autarca.

Nos próximos 15 dias, esta autarquia vai reunir-se com os comerciantes e moradores para decidir se o projecto avança.

“A ideia é nós podermos implementar o projeto após a entrada em vigor do despacho”, adiantou Luís Newton.

O presidente da Junta assinalou ainda que “o grande objetivo [do projeto] era que as pessoas, a partir das 23:00, já começassem a sentir condições para poder descansar”.

 

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