Maior constrangimento das vítimas de violência doméstica é falta de apoio social

UMAR atendeu mais de 1500 mulheres em cinco anos e apresenta esta terça-feira um balanço do serviço.

Pediram ajuda à União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) nos Açores, em Lisboa, no Porto ou em Setúbal 1646 mulheres nos últimos cinco anos.

Queixam-se, sobretudo, dos maridos (45%) ou dos companheiros (26%). Muitas dizem-se vítimas de maus tratos físicos – bofetadas (55,1%), murros (36,9%; empurrões (34%), pontapés (26,2%). Mais ainda dizem-se vítimas de maus tratos psicológicos – insultos (75,3%), gritos (62%), ameaças (62,8%). Quase metade (47%) já tentara separar-se antes de ali chegar.

No balanço do projecto do centro de atendimento P'RA TI que será esta terça-feira apresentado no Porto, a directora técnica, Ilda Afonso, aponta como maior constrangimento a morosidade ou o indeferimento do apoio social, que impede a redefinição do projecto de vida: a maior parte das mulheres sai de casa com o dinheiro que tem na carteira e só volta a ter acesso aos bens do casal depois de um longo processo judicial. “Os critérios de atribuição de apoios sociais devem ter em conta a situação específica destas mulheres e das suas crianças”, defende. A falta de articulação das decisões judiciais é a outra grande dificuldade.  

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