Português Vhils vai fazer intervenção em sala de espectáculos da Coreia do Sul

Depois da apresentação do projecto Dissecação em Lisboa, e da colaboração com os U2, Alexandre Farto vai mostrar a sua arte na Coreia.

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Vihls apresentou no Verão o projecto Dissecação no Museu da Electricidade, em Lisboa Paulo Pimenta

O artista português Alexandre Farto, que assina como Vhils, desloca-se este mês à Coreia do Sul, onde irá fazer uma intervenção numa sala de espectáculos. O projecto, "ligado à música", só será visitável, de acordo com o criador, no início de 2015.

A ida à Coreia do Sul encerra um ano de grande projecção, a nível nacional e internacional, do artista que ficou conhecido por "escavar" retratos em paredes. 

Em Julho, Alexandre Farto inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição nacional, o Museu da Electricidade, em LisboaDissecação/Dissection foi "um projecto pesado que levou bastante tempo", mas "sem dúvida que foi algo positivo", disse Vihls em declarações à Lusa.

"Foi a primeira vez que consegui juntar trabalhos que vêm da reflexão e maturação de todos os projectos que fiz em vários pontos do mundo. Ao juntar [trabalhos] no mesmo espaço consegues dar outra força e contextualização para as pessoas conseguirem ver a big picture [panorama completo]", referiu.

Além do lado visual do trabalho de Vhils, esta exposição permitiu ao público ver "também o conceito que está por detrás", que, para ele, "é o mais importante".

Este ano fica também marcado, na carreira do artista português, pela colaboração com a banda irlandesa U2, para quem criou um vídeo incluído no projecto visual Films of Innocence, que será editado na próxima terça-feira, 9 de Dezembro, e é um complemento do álbum Songs of Innocence.

O ano de 2015 também deverá ser cheio de projectos. Em Março, Alexandre Farto será um dos convidados da mostra cultural Iberian Suite: Arts Remix Across Continents, que estará patente entre os dias 3 e 24 no John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington, EUA. Aí fará um retrato de Fernando Pessoa, a partir de páginas de livros do poeta. Além disso, "há uma série de outras exposições, com instituições e galerias, ainda em conversações".

Em paralelo, Vhils é também um dos responsáveis pela plataforma Underdogs, um projecto que "está a crescer e a ter mais atenção". Este projecto cultural, que tem como responsáveis a francesa Pauline Foessel e Vhils, divide-se entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade de Lisboa e exposições dentro de portas, no n.º 56 da Rua Fernando Palha, ao Braço de Prata, espaço recuperado e transformado em galeria, e dedicado à produção de edições artísticas limitadas.

"Com este trabalho todo, a Pauline [Foessel] está cada vez mais a pegar no projecto. É ela quem o gere mais", disse Vhils. A ideia inicial era criar um projecto "auto-sustentável, que ajudasse novos artistas portugueses e oferecesse um programa de arte pública à cidade".

"Estamos a conseguir finalmente que as coisas se encaminhem. Estamos a conseguir atingir os objectivos, e este ano conseguimos pôr alguns artistas portugueses lá fora, em festivais", contou.

Para 2015, estão também já planeados "projectos interessantes, muito mais focados em artistas portugueses". "Estamos em conversações com instituições para fazer uma tour, possivelmente fora de Portugal, o que também é importante para o projecto, e principalmente para os artistas", adiantou.

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