PS junta-se a PSD e CDS para pedir reconhecimento do Estado da Palestina
Bancadas da esquerda também apresentaram projectos de resolução no mesmo sentido.
As bancadas parlamentares dos partidos da maioria, em conjunto com os deputados do PS, apresentaram nesta sexta-feira uma recomendação ao Governo para que reconheça o Estado palestiniano. Ao projecto de resolução conjunta dos três partidos juntam-se propostas no mesmo sentido dos restantes grupos parlamentares.
Na proposta reconhece-se que “as negociações de paz com vista a pôr termo ao conflito israelo-palestiniano, nestes últimos anos, em vez de registarem avanços, não progrediram ou, em certos domínios, até regrediram”.
O projecto de resolução apresentado por PSD, CDS e PS é assinado pelos dois líderes parlamentares das bancadas da maioria governamental, o social-democrata Luís Montenegro e o centrista Nuno Magalhães. Sérgio Sousa Pinto foi o socialista que assinou a moção.
Os três partidos consideram que “é chegado o momento de a comunidade internacional enviar uma mensagem clara sobre a urgência da concretização da solução dois Estados, reconhecendo o Estado da Palestina”. O reconhecimento deve ser feito “em coordenação com a União Europeia [UE]”.
É neste ponto que divergem as posições entre os três partidos e as bancadas da esquerda. As propostas do PCP, do Bloco de Esquerda e d’Os Verdes vão igualmente no sentido do reconhecimento do Estado palestiniano, mas não fazem referência ao quadro comunitário, ou seja, recomendam o reconhecimento unilateral pelo Governo português.
Foi o que fez a Suécia, a 30 de Outubro, tornando-se no primeiro Estado-membro da UE a fazê-lo enquanto tal. Vários outros países do Leste europeu já haviam reconhecido a Palestina, mas antes da adesão ao bloco comunitário.
Ao recomendar o reconhecimento “em coordenação com a UE”, a proposta da maioria e dos socialistas faz depender o reconhecimento do Estado da Palestina de uma posição comum no seio dos 28.
Em declarações à agência Lusa no final de Outubro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afastou para já a possibilidade de Portugal reconhecer oficialmente o Estado palestiniano, considerando que devem manter-se as negociações entre Palestina e Israel.
A proposta portuguesa surge num quadro de cada vez maior reconhecimento internacional da Palestina a nível europeu. Nas últimas semanas, os parlamentos de França, de Espanha, do Reino Unido e da Irlanda aprovaram recomendações da mesma natureza.