A diferença do CDS é que “não é partido para tirar microfone aos outros”

Paulo Portas assinalou aniversário do partido no Parlamento com ex-líderes parlamentares.

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O CDS juntou-se esta quinta-feira com os seus antigos líderes parlamentares na Assembleia da República para um almoço. Foi aí que o actual presidente do CDS, Paulo Portas, aproveitou para puxar dos galões históricos do partido.

Assinalou o “voto contra” do CDS na votação da Constituição de 1976, que segundo Portas, “nos mandava para o socialismo mesmo que não quiséssemos ser socialistas”: "O voto contra a Constituição de 1976, chamo a atenção que não é a mesma de agora, salvou o pluralismo do regime político", asseverou no Refeitório dos Frades do Parlamento o vice-primeiro-ministro.

Mas Portas não se limitou ao passado. Não deixou de assinalar a diferença do CDS em relação a outros partidos, quando recordou o constante “princípio da cordialidade parlamentar” que caracterizava aquele partido.

De forma indirecta, e apesar de algumas referências ao PCP e PSD, o PS foi o partido mais visado. "Nunca fomos um partido de tirar o microfone aos outros", resumiu, provocando o riso na sala, pela referência a uma polémica discussão recente entre o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, o centrista Paulo Núncio, e o presidente da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, o socialista Eduardo Cabrita.

O partido agora liderado por António Costa surgiu, também, nas entrelinhas quando Portas pretendeu destacar que o CDS “assumia a história do partido como um todo", sem esquecer mesmo aqueles que se haviam afastado devido ao que o ex-líder parlamentar do CDS e ex-ministro de um Governo PS, Rui Pena, chamou “as vicissitudes da vida”.

“Há todo um institucionalismo e não há nenhum estalinismo”, atirou Portas, poucos dias depois de Costa ter usado a mesma expressão - "O PS é um partido que não adopta as más práticas estalinistas de eliminação da fotografia deste ou daquele” – a propósito da detenção de José Sócrates.

E de facto, os centristas sentaram no seu almoço dois dos seus ex-líderes de bancada que estavam agora mais distantes do partido. Ao lado de Portas e do ministro Pedro Mota Soares, do eurodeputado Nuno Melo e de figuras influentes do passado como Nogueira de Brito e Narana Coissoró, estavam também Basílio Horta e Rui Pena. Este último agora mais dedicado à advocacia, enquanto que Horta foi eleito para a câmara de Sintra como independente pelo PS.

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