Processo de venda do Novo Banco começa dentro de dias

O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, revelou que na quinta-feira, ou nos próximos dias, será publicado o anúncio na imprensa a dar conta de que o Novo Banco está à venda.

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Eduardo Stock da Cunha agradece ainda a Vítor Bento e à sua equipa "pelo trabalho efectuado na estabilização do banco". Enric Vives-Rubio

“O processo de venda do Novo Banco vai iniciar-se muito em breve”, revelou esta quarta-feira, em entrevista à TVI, o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha. O gestor salientou que nos próximos dias, ou mesmo amanhã, será publicado na imprensa nacional e nos grandes jornais internacionais o anúncio de que o Novo Banco “está em condições de começar a ser olhado” por potenciais interessados.

Mas o lançamento do processo não é sinónimo de venda rápida, frisou. “Venda rápida era se fosse amanhã”, disse Stock da Cunha, remetendo o desenvolvimento do negócio para o segundo trimestre de 2015.

Aquilo que um potencial comprador irá encontrar será “um banco vivo, sólido e seguro em que as pessoas possam confiar”, disse o presidente do Novo Banco.

Sobre a notícia da TVI de que a chinesa Fosun (que comprou a Fidelidade) está interessada na instituição, pela qual poderá oferecer 3500 milhões de euros, Stock da Cunha comentou que se trata de “uma boa notícia”, mas frisou que o processo de venda terá de ser transparente e competitivo e que qualquer interessado “vai ter de entrar na fila quando o processo se iniciar”.

A Fosun, dona da Fidelidade e da Espírito Santo Saúde (detendo ainda uma posição na REN), já admitira o seu interesse no Novo Banco. Em Outubro, em declarações à Bloomberg, o administrador financeiro da Fosun, Ding Guoqi, afirmou que a instituição financeira era uma "oportunidade de investimento".

"Conhecemos o Novo Banco. Vamos rever todas estas oportunidades de investimento. Se for um bom valor para a Fosun, vamos ter isso [o Novo Banco] em conta. Mas não apenas o Novo Banco", acrescentou Ding Guoqi.

Aposta nas PME
Em dois meses, o Novo Banco recuperou dois mil milhões de euros em depósitos, disse ainda o gestor. Admitindo que houve muitos depósitos que saíram, Stock da Cunha destacou, no entanto, que o número de contas encerradas ficou abaixo de 1%, o que considerou ser um sinal de que as pessoas estão dispostas voltar para o Novo Banco.

Disse ainda que a instituição vai continuar a ser o banco “mais importante para apoio às empresas” portuguesas, em particular às PME. Neste segmento, o Novo Banco tem “um papel imprescindível”, sublinhou.

À questão sobre se o Novo Banco está sobredimensionado, Eduardo Stock da Cunha respondeu dizendo que “há muito custo a extrair [do banco] sem discutir se temos pessoas a mais”. Essa não é a prioridade, a prioridade “é recuperar depósitos”, reforçou.

 “A família Espírito Santo é uma coisa, o Grupo Espírito Santo é outra coisa, o BES também é outra coisa e o Novo Banco é uma coisa completamente diferente”, afirmou o gestor. A propósito dos directores do banco que foram recentemente constituídos arguidos, Stock da Cunha comentou que o banco emprega 7500 pessoas e “não é uma andorinha que faz a Primavera”.

“Temos de acreditar na presunção da inocência, mas temos o bom senso de não colocar essas pessoas em situações críticas para a actividade do banco”, disse ainda.

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