César defende que austeridade “deve ser medida de gestão” e não de “empobrecimento”

Novo presidente do PS abre congresso ataca Governo e pede maioria absoluta para os socialistas. Alterações aos estatutos aprovadas por "larga maioria"

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Daniel Rocha

A austeridade não pode ser “transformada em empobrecimento”, mas deve ser “uma medida de gestão” que “não colida com a dignidade humana”, defendeu Carlos César no seu primeiro discurso como presidente do PS, acabado de eleger por 985 dos delegados ao XX Congresso do partido, que decorre na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.

O presidente do PS admitiu que nem sempre a gestão da dívida foi boa, mas sublinhou que essa gestão nos Governos do PS “reverteu em benefício das pessoas”.

Carlos César defendeu que os socialistas lutem pela maioria absoluta nas legislativas de 2015, para que o PS possa governar no “tempo novo, difícil, complexo, volátil”. Ou seja, trilhar “um caminho difícil”, com “esperança na mudança” para um  “Portugal diferente”.

Num discurso em que fez a defesa do ideário da social-democracia e sublinhou o momento de crise e os maus indicadores económico-financeiros, que Portugal tem Carlos César sustentou que é preciso combater a ideia defendida pelo PSD e o CDS de que um “Estado solidário é tendencialmente perdulário”.

A crítica ao Presidente da República, Cavaco Silva, não foi esquecida por Carlos César. "Precisamos de um presidente que reabilite (...) a percepção perdida (...) de que em Belém mora, tem de morar,um Presidente de todos os portugueses", defendeu César.
O Congresso começou pelas 11horas com uma intervenção da presidente cessante, Maria de Belém Roseira, que se despediu do cargo, durante cerca de um quarto de hora, abordando problemas do país.

Seguiu-se Carlos César, que anunciou a mesa de honra do congresso, pedindo a Ferro Rodrigues e a Jorge Coelho que nela se sentassem, dando lugar a uma salva de palmas. Depois, chamou ao palco do secretário-geral António Costa que entrou na sala ao som da Sinfonia nº 1 de Brahms, Abertura do Festival Académico, com o Congresso de pé, e debaixo de aplausos, deslocando-se até ao seu lugar lentamente e interrompido por cumprimentos.
Ainda de manhã e antes de António Costa discursar, Jorge Lacão apresentou as alterações aos estatutos que fazem regressar os congressos de dois em dois anos, entre outras mudanças. A proposta foi aprovada por "larga maioria".

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