Banco central chinês corta taxa de juro para estimular economia

Taxas de cedência de liquidez e de depósito a um ano vão baixar. Há dois anos e meio que não havia mexidas.

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Aquilo que era antecipado pelos analistas acabou por acontecer esta sexta-feira. Num quadro de claro arrefecimento económico e quebra de financiamento às empresas, o banco central chinês decidiu esta sexta-feira reduzir as taxas de juro .

Através de comunicado colocado no seu sítio da Internet, o Banco Popular da China (BPC) revela que decidiu cortar em 0,25 pontos percentuais a taxa de depósitos a um ano (para 2,75%), enquanto a taxa para os créditos a um ano cai para 5,6%, o que equivale a uma redução de 0,4 pontos percentuais.

Desde Julho de 2012 que o banco central da segunda maior economia do mundo não recorria a cortes nas taxas de juro. Fê-lo nessa altura em reacção à crise da dívida no espaço do euro, que afectou gravemente o desempenho das maiores exportadoras locais.

O BPC junta-se, assim, ao Banco Central Europeu e ao Banco do Japão no recurso a medidas não convencionais que têm como objectivo colocar a inflação em patamares de sustentabilidade e promover o crescimento económico.

No início do mês, o banco já tinha dado indicações que iria assumir uma atitude mais pró-activa, quando anunciou ter injectado cerca de 770 mil milhões de yuan (aproximadamente 100 mil milhões de euros) nos bancos locais – 500 mil milhões em Setembro e 270 mil milhões em Outubro.

Num ano em que se prevê que a economia chinesa cresça na ordem dos 7,5%, muito longe dos 9/10% dos últimos anos, acumulam-se indicadores que mostram que o motor asiático está a resfriar. A produção fabril cresceu em Outubro 7,7%, o nível mais baixo desde 2009, e o investimento reuou para o mais baixo nível desde 2001. O financiamento às empresas recuou em Outubro para pouco mais de metade do que tinha sido registado em Setembro.

Os analistas afirmam que o corte das taxas de juro é uma notícia - "É absolutamente a medida certa", afirmou Wang Tao, economista-chefe da UBS em Hong-Kong. Mas alertam que irá potenciar um aumento do endividamento num país onde o nível de dívida já equivale a 251% do produto interno bruto.

 

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