Dois activistas da Greenpeace feridos em incidente com a Marinha espanhola
Ambientalistas protestavam contra prospecção de petróleo ao largo das Canárias.
Dois militantes da Greenpeace ficaram feridos, um deles com gravidade, depois de um incidente entre barcos da organização ambientalista e da Marinha espanhola, durante um protesto contra a prospecção de petróleo ao largo das ilhas Canárias.
A Greenpeace deslocara a sua embarcação Arctic Sunrise para a zona onde a petrolífera Repsol pretende iniciar prospecções a partir do navio Rowan Renaissance. Os ambientalistas lançaram à água três botes semi-rígidos e aproximaram-se do navio fretado pela Repsol, para “um protesto pacífico”.
Foram sucessivamente abordados por investidas de botes da Marinha espanhola e dois militantes ficaram feridos. Uma italiana de 23 anos caiu à água, fracturou uma perna e sofreu vários cortes, atingida pela hélice de uma das embarcações dos ambientalistas. Foi transportada para Las Palmas por um helicóptero da Marinha. O outro activista sofreu ferimentos leves e foi tratado a bordo do Arctic Sunrise.
O Ministério da Defesa alega que as embarcações da Greenpeace entraram na zona de exclusão para a navegação, decretada pelas autoridades na área das prospecções. A Marinha, segundo o Ministério da Defesa, citado pelo diário espanhol El País, estava na área para “garantir a liberdade de navegação e o acesso do navio Rowan Renaissance às zonas de prospecção petrolífera, devidamente autorizadas pelo Governo".
A Greenpeace alega, no entanto, que a Marinha agiu de modo agressivo e violento. O Arctic Sunrise permanecia este sábado fora da zonas de exclusão, avaliando os danos do incidente.
É o mesmo navio que esteve dez meses sob custódia na Rússia, na sequência de um protesto contra a exploração petrolífera no Árctico em Setembro de 2013. Nesse episódio, três dezenas activistas foram detidos e estiveram presos durante três meses.
A Greenpeace alega que a embarcação Rowan Renaissance não é segura e que uma maré negra nas Canárias seria catastrófica. Os ambientalistas também dizem que o projecto de prospecção de petróleo nas Canárias não cumpre as normas europeias.