O PCP e o BE querem ouvir com urgência, no Parlamento, o vice-primeiro-ministro Paulo Portas enquanto responsável pela criação dos vistos dourados. As duas bancadas consideram que a medida trouxe poucos benefícios para a economia e que se traduziu numa via verde para a corrupção.

“Não se trata de um investimento produtivo mas serviu para gerar corrupção”, afirmou aos jornalistas António Filipe, vice-presidente da bancada comunista. O deputado contestou a política dos vistos, considerando que quase todos os vistos concedidos resultaram de “imobiliário de luxo” e que apenas três serviram para criar postos de trabalho.

Na mesma linha, a deputada bloquista Cecília Honório também vê poucos benefícios para a economia resultantes dos vistos gold. “O Bloco de Esquerda sempre foi contra os vistos gold por serem uma via verde para as negociatas e por terem criado um número de postos de trabalho ridículo”, afirmou, reforçando o pedido do PCP para ouvir Paulo Portas na Assembleia da República.

Cecília Honório espera esclarecimentos por parte do Governo sobre estas investigações e detenções de altos quadros do Estado, uma situação que considerou “muito grave”. Também António Filipe já manifestara preocupação de que entre os visados nas detenções estejam directores-gerais e outros altos funcionários do Estado.