“Conclusões preliminares” levaram ao encerramento de torres de refrigeração

Ministro da Saúde confirmou mais dois casos de infecção por Legionella em duas pessoas que estiveram em Vila Franca de Xira, mas que viajaram depois para fora do país.

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Ministro recorda que foi registado um pagamento extraordinário de dívidas aos fornecedores Foto: Enric Vives-Rubio

O ministro da Saúde garantiu nesta terça-feira que foi na sequência se um conjunto de “conclusões preliminares” que ordenaram que várias fábricas em Alverca do Ribatejo encerrassem as suas torres de refrigeração, por se suspeitar que possam ser o foco que deu origem ao surto de Legionella no concelho de Vila Franca de Xira. Contudo, ao contrário do ministro do Ambiente, Paulo Macedo não foi tão peremptório a admitir que a Adubos de Portugal pode ser a fábrica com a colónia de bactérias que se espalharam.

Paulo Macedo, que falava aos jornalistas à margem de uma inauguração no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, começou por confirmar mais dois casos de infecção por Legionella em duas pessoas que estiveram em Vila Franca de Xira, mas que viajaram depois para fora do país. Uma está a ser tratada em Luanda (Angola) e outra em Lima (Peru). Ao todo, já foram contabilizados 266 casos, sendo que 40 pessoas estão internadas em unidades de cuidados intensivos.

Sobre as conclusões das análises a zonas suspeitas, Macedo salientou que foram as conclusões preliminares concluídas em 48 horas que determinaram o encerramento de torres de refrigeração e que pediram, por isso, testes adicionais. “Ainda não descartámos as outras hipóteses”, ressalvou o ministro, apelando a que se aguarde por uma “análise mais profunda” e que depende das análises que precisam de estar em cultura entre cinco e dez dias. “Os primeiros testes não dizem nem a quantidade nem o tipo de Legionella”, sublinhou, dizendo que só quando se souber concretamente que bactéria foi encontrada nas torres é que se pode comparar com a que se encontrou nos doentes.

Paulo Macedo elogiou, ainda, o trabalho das autoridades de saúde, tanto na resposta em termos de procura do foco como no atendimento aos doentes. O ministro disse que o pico do surto parece mesmo ter sido ultrapassado, com o número de novos casos a cair de 30% na segunda-feira para 19% nesta terça-feira. Em relação à pressão nas camas dos hospitais de Lisboa, Macedo assumiu uma “resposta sem precedentes em termos da mobilização de centenas de camas”, mas assegurou que ainda há vagas de internamento disponíveis sem procurar noutras regiões.

“Todo o resto da actividade está felizmente a continuar”, lembrou, fazendo referência a um outro surto que a Legionella quase apagou: na segunda-feira o Curry Cabral recebeu um caso suspeito de infecção pelo vírus do ébola, que as análises laboratoriais já descartaram, mas para o qual foi necessário activar o plano previsto para lidar com a doença.

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