Pires de Lima: criação de 100 mil empregos deve-se à confiança e ao investimento

Ministro da Economia defende que as previsões do Governo "são credíveis".

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Pires de Lima diz que falta capacidade política ao Governo Rui Gaudencio

O ministro da Economia, Pires de Lima, defendeu nesta quinta-feira no Parlamento que o crescimento da economia portuguesa assenta em três motores: exportações, consumo privado e investimento.

Ouvido sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2015,  o ministro contestou que o crescimento esteja associado apenas ao consumo privado, que está a subir 1,7%, muito longe dos níveis anteriores à crise.

O governante, que falava na reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e de Economia e Obras Públicas, defendeu que a criação de 100 mil postos de trabalho, que que fez descer a taxa de desemprego para 13,1% no terceiro trimestre, se ficou a dever “à confiança e ao investimento”.

Os números da criação de emprego contrariam a "visão masoquista e auto-flageladora" da oposição, argumentou Pires de Lima, que destacou que o crescimento actual assenta num modelo mais saudável do que no passado, porque não foi o Estado a criar os postos de trabalho, mas antes o sector industrial (38 mil), do comércio por grosso e retalho (28 mil) e das actividades financeiras e seguradora (19 mil).

Na intervenção inicial, Pires de Lima defendeu que o cenário para 2015, reflectido em termos do OE 2015, é bastante credível", criticando "alguns profetas da desgraça que querem agarrar-se a todas as previsões que não coincidem com as do Governo".

"É com sentido de missão que chegamos a Novembro com um conjunto de dados que consubstanciam a consolidação do projecto de recuperação económica que anunciámos traduzido em dados muito objectivos", frisou.

Ainda assim, o ministro da Economia lembrou que ocorreram "algumas adversidades", como a situação do Banco Espírito Santo (BES) e da Portugal Telecom (PT), que "não são positivas para o desenvolvimento da economia".

Em resposta a dúvidas dos partidos da oposição, sobre as previsões que do Governo define, que não são cumpridas desde 2011, o ministro da Economia defendeu que “o Governo tem todas as razões para acreditar que as suas previsões são mais consistentes" do que as que foram feitas pelo FMI ou pelo BCE.

Em média, as previsões do BCE e do FMI "apontam para um desvio de 0,4% no PIB [Produto Interno Bruto], connosco é só 0,2%", disse Pires de Lima, acrescentando que isso demonstra que as instituições "decidiram ser conservadoras com todos os países do euro", pelo que "não é uma situação específica de Portugal".

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