Paulo Azevedo e Isabel dos Santos querem participar em “solução para a PT”

Zopt, a sociedade que reúne a Sonaecom e a empresária angolana Isabel dos Santos, defende uma alternativa para a PT que envolva "operações de telecomunicações fortes" já existentes no mercado e uma articulação com os reguladores.

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Paulo Azevedo e Isabel dos Santos querem solução alternativa para a PT Daniel Rocha

Os accionistas da Zopt, a Sonaecom e Isabel dos Santos, vieram esta quarta-feira manifestar a sua disponibilidade para integrar uma solução para a PT/Oi que “assegure o necessário compromisso de interesses, promovendo a defesa do interesse nacional”.

“A Zopt, SGPS, SA, e os seus accionistas, na qualidade de investidores estratégicos e comprometidos com o mercado de telecomunicações português, na sequência das notícias recentemente vindas a público sobre possíveis alterações na estrutura accionista da PT/OI, convictos da existência de alternativas que salvaguardem o valor accionista, contribuam para o desenvolvimento e investimento no sector, assegurando mais competitividade e valor para os clientes, manifestam a sua disponibilidade para integrar uma solução que, em aberta colaboração com as partes envolvidas, assegure o necessário compromisso de interesses, promovendo a defesa do interesse nacional”, lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira pela sociedade.

Fonte próxima da Zopt disse ao PÚBLICO que os accionistas desta sociedade que controla a NOS consideram que o que faz sentido num quadro de venda iminente da PT Portugal "é encontrar uma solução para o mercado português que envolva operações fortes de telecomunicações, com capacidade de crescimento e a preservação de postos de trabalho", um trabalho que teria de ser articulado com os reguladores de forma a preservar as condições de concorrência no mercado.

Isto seria possível através da Zopt e "de outras entidades presentes no mercado que também partilhem este ponto de vista", adiantou. Também se afirma que a Zopt, porque controla a NOS, "é a entidade que pode apresentar à Oi as melhores condições de financiamento em função das sinergias envolvidas" na operação.

Uma solução deste tipo abriria a porta a um entendimento entre a NOS e a Vodafone sobre a PT Portugal. Se tal vier a acontecer, teria de haver uma articulação entre as duas empresas e os reguladores por questões concorrenciais. Mas na mira da ZOPT como potencial aliado nesta solução para defender o “interesse nacional” poderão estar também potenciais interessados na PT Portugal que não têm dimensão suficiente para fazer uma abordagem solitária.

O PÚBLICO apurou que esta solução alternativa, que exclui um cenário de consolidação no mercado, ainda não foi formalmente comunicada à Oi pelos accionistas da ZOPT (que detém 50,01% da NOS), nem a qualquer entidade terceira que nela possa vir a envolver-se.

A empresária Isabel dos Santos está, neste momento, envolvida numa outra disputa com a PT em torno da participação de 25% que o grupo de telecomunicações detinha na Unitel. Em Maio, os activos da PT foram incorporados na Oi.

A Oi já anunciou que está à procura de compradores para os activos em África, mas na terça-feira a Unitel divulgou um comunicado acusando a PT de quebra do acordo accionista assinado em 2000 e dizendo estar a avaliar as "opções legais" para defesa dos seus interesses.

A eventual participação da empresária no negócio da PT Portugal poderia implicar a resolução deste diferendo com a Oi.

Além da oferta da Altice, anunciada no domingo à noite, também correm rumores de que o fundo Apax Partners está próximo de apresentar uma oferta pela PT Portugal. A Bloomberg noticia esta quarta-feira que a Apax poderá juntar-se à CVC Capital e à Bain para apresentar uma oferta de sete mil milhões de euros pelos negócios portugueses da Oi.
 

 

 


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