Ferreira Leite desagradada com "oportunismo político" de Ferro e Passos

Antiga presidente PSD lembra os tempos em que no PS lhe chamavam Cassandra e em que no PSD a acusavam de "aselhice".

Manuela Ferreira Leite não gostou de ser usada como arma política no debate desta quinta-feira no Parlamento sobre o Orçamento do Estado para 2015.

A ex-líder do PSD começou por ser citada por Ferro Rodrigues, líder parlamentar do PS, que disse ao primeiro-ministro que devia ouvir Ferreira Leite. Passos respondeu, lembrando os tempos em que antiga presidente social-democrata alertava para o endividamento excessivo.

No seu habitual comentário de quinta-feira no programa Política Mesmo da TVI24, Ferreira Leite lamentou que o seu nome tivesse sido usado como arma política. “Se há coisa que não suporto é oportunismo político. (…). E quando sou eu a usada como objecto desse oportunismo político o incómodo é ainda maior. Esta evocação, e pedir ao primeiro-ministro que oiça eu deixe ouvir o que eu digo é inaceitável”, afirmou.

Manuela Ferreira Leite lembrou então que durante três anos foi uma “feroz adversária do PS” e não a ouviram.

“Se me tivessem ouvido certamente que o país não estaria como está. Nesse tempo chamavam-me Cassandra [personagem da mitologia grega, que alertou para a destruição de Troia], considerando que eu era um arauto do pessimismo”, lembrou.

Mas Ferreira Leite também tinha um “recado” para o PSD e para o primeiro-ministro, que também usou o seu nome. “Também me recordo que no meu próprio partido aquilo que eu dizia em alguns casos era considerado aselhice política, porque se considerava que eu devia dizer o contrário. Por outro lado, nem sempre todo o partido esteve de acordo comigo e em alguns casos esteve com PS. Não esqueço os silêncios do meu partido e do partido da oposição”, salientou.

Ferreira leite encerrou o tema afirmando que se “a política é só isto não vamos longe”.

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