Crato acredita que aposta no ensino profissional ajudou a reduzir abandono

Ministro fez o sumário de três anos de actuação de Governo na área vocacional no fórum europeu da área, que decorre no Porto.

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Se Portugal foi capaz, nos últimos anos, de reduzir as taxas de abandono no ensino superior foi porque apostou no ensino vocacional e profissional, acredita o ministro da Educação Nuno Crato. Esta quinta-feira, no congresso europeu do sector, que decorre no Porto, o governante partilhou responsabilidades por estes resultados com os anteriores titulares da pasta, mas valorizando em particular o papel central que esta modalidade de ensino tem tido no seu mandato.

O Governo “tem posto uma grande ênfase” nas vertentes profissionais e vocacionais do ensino, sublinha Nuno Crato. Para o ministro, este sector é “essencial” para a empregabilidade dos jovens e para o progresso do país e são essas condições que justificam a aposta que tem sido feita em ampliar a oferta nesta área de ensino ao longo dos últimos anos.

Na conferência do Fórum Europeu de Ensino Técnico e Vocacional, que decorre até ao próximo sábado, no Porto, Crato fez um sumário da sua acção no Ministério da Educação e Ciência (MEC) neste sector em específico, considerando que a prioridade que lhe vem sendo dada teve impacto na redução dos números de estudantes que deixam o ensino precocemente. O ensino profissional “atacou especificamente o abandono precoce”, acredita o ministro. “O facto de nós termos ofertas profissionais no ensino contribuiu muito para essa redução do abandono escolar”, diz ainda.

A taxa de abandono do ensino secundário situa-se, de acordo com os últimos dados, em 18,9%, 10 pontos percentuais abaixo do valor que se registava há quatro anos. Isto significa uma redução “em cerca de um terço”, valoriza Crato, salientando o facto de estes resultados terem sido conseguidos durante a crise.

No entanto, os resultados do ensino básico são contrários a estes e, nos anos da crise, a taxa de abandono aumentou, tanto no 2.º como no e 3.º ciclos. Esse facto contrariou a tendência que vinha da década anterior, com uma redução constante destes indicadores, que atingiram os valores mais baixos de sempre precisamente no último ano antes da entrada da troika em Portugal. Mas sobre estes números Crato não falou na conferência do Porto. Aos delegados europeus admitiu, porém, que os resultados são também méritos dos governos anteriores: “Não fizemos tudo em três anos. Este é o resultado de um processo que vem de atrás”.

Nuno Crato abordou também outra novidade introduzida pelo Governo, os cursos Técnicos Superiores Profissionais, novas formações de ensino superior, com a duração de dois anos, que começaram este ano a ser ministradas exclusivamente nos institutos politécnicos. O ministro considera-os um “complemento” da aposta no ensino profissional e vocacional no ensino básico e secundário, que valoriza este género de oferta. Até ao momento há cerca de 90 destes cursos curtos aprovados para entrar em funcionamento este ano, mas o MEC espera que, nos próximos anos, “possam ser muitos mais”.

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