Alunos do básico e secundário protestaram em defesa de “um futuro melhor”

Ideia do protesto realizado esta quinta-feira a nível nacional partiu da associação de estudantes da Escola Secundária Santa Maria, em Sintra

Foto
Na última época de exames, perto de 15 mil alunos não conseguiram fazer a prova de Português na dada marcada Adriano Miranda

Alunos de várias escolas de Lisboa estavam pelas 11h concentrados frente ao Ministério da Educação, em Lisboa, contra os cortes de verbas no ensino básico e secundário e em defesa de "um futuro melhor". A ideia do protesto partiu da associação de estudantes da Escola Secundária Santa Maria, em Sintra, que decidiu organizar uma manifestação a nível nacional contra o corte de cerca de 704 milhões de euros no ensino básico e secundário previsto na proposta de Orçamento de Estado para 2015, conhecida na semana passada.

"Em outras zonas do país, os alunos estão a manifestar-se em frente das suas escolas mas nós, aqui em Lisboa, decidimos vir para a porta do ministério", contou à Lusa Maria Almeida, aluna do 10.º ano de Humanidades da escola António Damásio. Segundo a aluna, que pertence a uma das listas candidatas à associação de estudantes da António Damásio, a razão do protesto prende-se com os cortes na educação, que "tornam o ensino público ainda mais debilitado".

Também João Oliveira, presidente da associação de estudantes da Escola Secundária Gil Vicente, criticou as opções governamentais e o novo orçamento do estado: "Neste momento não temos uma escola gratuita nem de qualidade. Estamos aqui porque queremos um futuro melhor", criticou.
 

No Porto, cerca de 150 estudantes de seis escolas manifestaram-se junto à estação do metro da Trindade. "Queremos melhorar as condições de estudo e lutar por uma escola pública gratuita e de qualidade. Estamos contra o desinvestimento e os cortes que se têm vindo a acumular e que fizeram com que tivéssemos turmas ilegais, com mais de 30 alunos, e falta de funcionários", disse à Lusa Inês Miranda, de 17 anos, da Escola Secundária Almeida Garret, em Gaia. "Apesar do desinvestimento, investem na banca com milhões que nos pertencem a nós", criticou a aluna.

No Alentejo, o protesto também contou com dezenas de alunos do ensino básico e secundário de Évora, Arraiolos e Campo Maior. Em Évora, os alunos das escolas secundárias Gabriel Pereira e André de Gouveia queixaram-se de falta de condições nos edifícios, falta de funcionários e professores. Em Arraiolos, a porta-voz  Mariana apontava para problemas como a "privatização das cantinas das escolas, os muitos cortes na educação, as turmas sobrelotadas e a falta de funcionários e professores". No Alto Alentejo, os alunos do Agrupamento de Escolas de Campo Maior quiseram lembrar que no início desta semana faltavam ainda colocar 20 docentes. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários