Ministério da Educação admite “pequenos atrasos” nos cursos curtos

Governo autorizou entrada em funcionamento de 87 formações superiores de dois anos. 50 ainda esperam resposta.

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Público (Arquivo)

A Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) já deu luz verde a perto de 90 novos Cursos de Técnicos Superiores Profissionais (CTSP). Os institutos politécnicos, onde esta nova oferta do ensino superior, com duração de dois anos, será ministrada em exclusividade, apresentaram 138 propostas de novos cursos. Esta terça-feira, o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, anunciou que, até à tarde da última segunda-feira, os cursos aprovados abriam lugar para “perto de três mil alunos”. Muitos desses, no entanto, só deverão entrar em funcionamento caso o número de candidatos seja suficientemente grande e alguns deles apenas no próximo ano lectivo. Essa decisão “está nas mãos das instituições e elas terão de tomá-la de forma completamente descentralizada”, disse no final da cerimónia de abertura do primeiro curso curto criado no país e que decorreu no Instituto Politécnico de Viseu.

Sem saber o número exacto de cursos a funcionar efectivamente em Portugal, porque “esse é um trabalho que estão as instituições a fazer”, o governante referiu ter conhecimento de que, em alguns cursos, o número de vagas previstas “até está a ser excedido e as instituições estão a reorganizar-se para alargar a oferta a mais candidatos”.

José Ferreira Gomes disse ainda esperar que o processo de análise de todas as propostas termine “por estes dias”, admitindo um “pequeno atraso”, nomeadamente na formação da comissão de acompanhamento que coordena a seleção e montagem dos cursos. “A única desculpa que posso apresentar é que o Conselho Coordenador dos Politécnicos demorou cerca de 90 dias a nomear o representante para este órgão”, salientou.

O secretário de Estado deixou também o aviso de que as instituições de ensino têm agora  um “desafio sério e complicado” para rapidamente montarem toda a logística de um curso novo.

“É a primeira vez que em Portugal se propõe um perfil de ensino superior com um ciclo curto de ensino, mas estou certo que vamos rapidamente crescer para ter em cinco anos ou menos à volta de 10 mil estudantes que terminam o secundário e procuram o ensino superior por esta via. Estudantes que hoje manifestavam a vontade de prosseguir estudo e que não tinham uma oferta ajustada”, concluiu.

O secretário de Estado está confiante no sucesso destes cursos rápidos porque, por um lado, “há jovens que terminam o secundário, querem continuar os estudos e não tinham uma oferta ajustada” e, por outro, “empresas que precisam de técnicos intermédios para coordenar as suas atividades”. “Faltava-nos este quadro intermédio que vai colmatar a falha daqueles alunos que se sentiam abandonados pelo sistema educativo”, sustentou, referindo-se ao primeiro curso que arrancou em Viseu como a “estreia mundial”.

As aulas do curso de “Redes e Sistemas Informáticos” arrancaram a 22 de setembro, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viseu de Viseu, tendo sido ocupadas 24 das 25 vagas existentes. A Instituição viu também já serem aprovados outros dois novos cursos: Viticultura e Enologia e Informática Industrial.

Esta é a primeira vez que em Portugal existem cursos do ciclo curto de ensino superior (de nível 5 do Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao Longo da Vida).

 

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