Sindicato diz que Metropolitano de Lisboa tem problemas de segurança

Devido a uma greve dos trabalhadores, o metro volta a parar no dia 21 de Outubro.

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Os sindicatos convocaram uma nova greve, de 24 horas, para a próxima terça-feira Rui Gaudêncio

O Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano (STTM) admite que há problemas de segurança no Metropolitano de Lisboa, revelando que “todos os dias param comboios” por questões técnicas.

“Todos os dias paramos comboios devido a problemas técnicos, a avarias. Mas como isto não é um avião, não é notícia. A segurança, hoje, não é como há três anos”, disse José Silva Marques.

O sindicalista falava numa conferência de imprensa convocada por vários sindicatos do metro e pela Comissão de Trabalhadores para esclarecer os motivos da greve de 24 horas convocada para a próxima terça-feira, dia 21 de Outubro.

Lembrando o descarrilamento que ocorreu a 29 de Julho, José Silva Marques afirmou “ter medo que este tipo de acidentes comece a acontecer” devido à falta de condições de trabalho a que os trabalhadores têm sido submetidos. Para exemplificar, disse que actualmente há menos 50 maquinistas a trabalhar.

O sindicalista criticou ainda o secretário de Estado dos Transportes e a administração da empresa, afirmando que “estão a criar condições para piorar o serviço para entregar a empresa a alguém”.

Na conferência de imprensa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) esclareceu que a principal preocupação dos trabalhadores, e que os levou a convocar a greve, é a degradação do serviço público e a eventual degradação da empresa com a sua concessão a privados.

“Com a privatização, teremos piores condições para os trabalhadores, pior serviço público e aumento dos tarifários”, afirmou. Para exemplificar a diferença entre público e privado, a sindicalista sugeriu que se compare o preço por quilómetro que os utentes pagam na Fertagus e no metro.

“Também estamos contra os cortes salariais, o desrespeito pelo Acordo de Empresa e a diminuição do número de trabalhadores”, acrescentou. Anabela Carvalheira lamentou ainda a “falta de vontade” da tutela em ultrapassar estes conflitos, afirmando que “quer a administração, quer o Governo apenas têm fingido que querem negociar”.

Segundo as organizações representativas dos trabalhadores do metro, nos últimos seis anos aumentaram o número de estações (mais cinco) e de quilómetros (mais 5,415), mas diminuíram os trabalhadores (menos 125).

Os sindicatos convocaram para terça-feira uma greve de 24 horas, para a qual o Conselho Económico e Social decretou serviços mínimos para garantir a segurança dos equipamentos.

Além da FECTRANS e do STTM, estiveram presentes na conferência de imprensa o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes, Sindicato da Manutenção do Metropolitano, Sindicato de Quadros e a Comissão de Trabalhadores.

 

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